Na última segunda-feira (9), a farmacêutica Pfizer anunciou que sua vacina contra a Covid-19 havia passado em testes voluntários com “mais de 90%” de eficácia. Ontem (10), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, bem como seu filho, Donald Trump Jr., acusaram a empresa de “segurar” o anúncio para depois das eleições no intuito de prejudicar o empresário e político norte-americano.
As acusações, feitas via Twitter, não trouxeram nenhuma evidência de que a farmacêutica tivesse intencionalmente adiado a informação da vacina. Trump, o pai, ainda atacou a FDA (órgão federal que aprova medicamentos nos EUA) e o Partido Democrata, seus opositores políticos, ainda que o anúncio tenha sido feito pela própria Pfizer:
As I have long said, @Pfizer and the others would only announce a Vaccine after the Election, because they didn’t have the courage to do it before. Likewise, the @US_FDA should have announced it earlier, not for political purposes, but for saving lives!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) November 10, 2020
“Como eu já vinha dizendo, a Pfizer e outros só vieram a anunciar a vacina após as eleições, porque eles não tiveram a coragem para fazê-lo antes”, diz o tuíte de Donald Trump. “Da mesma forma, a FDA deveria ter anunciado [isso] antes, não por causa de política, mas para salvar vidas!”
Já seu filho, Trump Jr., também sem nenhuma evidência, tentou lançar suspeita sobre o momento do anúncio feito pela Pfizer, ecoando as palavras do pai:
The timing of this is pretty amazing. Nothing nefarious about the timing of this at all right? 🙄 https://t.co/nS5rkywKXT
— Donald Trump Jr. (@DonaldJTrumpJr) November 9, 2020
“O ‘timing’ disso é bastante notável. Nada nefasto sobre esse ‘timing’, não é mesmo?”
Donald Trump também tuitou que, se fosse Joe Biden, que o derrotou nas eleições presidenciais do último dia 3, a ocupar a Casa Branca, o público “não teria nenhuma vacina” pelos próximos quatro anos, “nem a FDA teria aprovado nada” tão rapidamente. Vale citar, porém, que a vacina da Pfizer ainda não tem aprovação da FDA – algo que, segundo a própria farmacêutica admitiu no passado, deve chegar apenas ao final de novembro.
A Pfizer respondeu aos comentários do presidente, dizendo por meio de um porta-voz ao Business Insider que o momento do anúncio da eficácia de sua vacina não teve nada a ver com as eleições. À CNN, na segunda-feira, o CEO da empresa, Albert Bourla, disse que os resultados dos testes foram comunicados ao público “conforme a ciência nos disponibilizou”.
A eficácia de “mais de 90%” anunciada pela Pfizer foi corroborada por um grupo independente de cientistas, que acompanharam o processo de testes da vacina e executaram uma análise em 8 de novembro. Os resultados foram disponibilizados à empresa no mesmo dia.
Fonte: Business Insider