Hans Kluge, diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS) na Europa, alertou para a possibilidade de uma segunda onda, ainda mais mortal, do novo coronavírus. Para ilustrar sua preocupação, relembrou da epidemia de gripe espanhola, entre os anos 1918 e 1920, quando apenas em sua segunda onda vitimou mais de 50 milhões de pessoas.
“Agora é hora de se preparar, não de celebrar”, afirmou. Além disso, Kluge alertou os países que começaram a relaxar suas restrições. Espanha, Alemanha e França, por exemplo, já liberaram atividades ao ar livre, a reabertura de restaurantes e a normalização do trânsito.
Pessoas caminhando na orla de Barcelona após relaxamento do isolamento social. Foto: Getty Images
O diretor da OMS ainda apontou para o aumento de casos em países que, em um primeiro momento, se mostraram livres da doença. Atualmente, o epicentro europeu, que já foi a Itália e posteriormente o Reino Unido, passou a ser o leste do continente, como a Rússia, Ucrânia, Cazaquistão e Belarus.
Japão e Cingapura
Para Kluge, países como Japão e Cingapura servem de inspiração para os demais. “Eles entenderam desde o início que este não é um momento de comemoração, é um momento de preparação. É o que os países escandinavos estão fazendo, eles não excluem uma segunda onda, mas esperam que ela seja localizada e que possam passar por ela rapidamente”.
O problema fica ainda maior se considerar que essa segunda incidência da Covid-19 pode coincidir com o surto de outras doenças infecciosas, como a gripe e o sarampo sazonais. “As pessoas acham que o bloqueio está terminado. Nada mudou. O pacote completo de controle de doenças deve estar em vigor. Essa é a mensagem principal”, concluiu.
Via: Uol