Modificação em vacina contra o sarampo pode ser arma contra a Covid-19

Abordagem em testes pelo Instituto Pasteur, na França, já foi testada em uma vacina contra a Chikungunya com resultados promissores
Rafael Rigues15/04/2020 12h09

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Pesquisadores do Instituto Pasteur, na França, estão testando uma nova técnica para o desenvolvimento de uma vacina barata e eficaz contra a Covid-19. A ideia é usar a vacina contra o sarampo como um “cavalo de tróia”, estimulando uma resposta de nosso sistema imunológico contra o novo coronavírus.

Fundado em 1888 por Louis Pasteur, criador de vacinas contra o Anthrax e a Raiva e autor do método que até hoje é conhecido como “pasteurização”, o Instituto Pasteur tem atualmente 133 departamentos, todos focados no combate à Covid-19.

O Instituto pretende modificar a vacina padrão contra o sarampo para incluir uma única proteína do vírus Sars-CoV-2, causador da Covid-19. Vacinas atenuadas, como a do sarampo, são altamente eficazes e baratas, e podem ser produzidas em grande escala por laboratórios em todo o mundo.

Reprodução

O uso de uma vacina já conhecida e amplamente usada como base pode simplificar os testes e acelerar a aprovação do medicamento. Não é a primeira vez que o Instituto Pasteur experimenta esta técnica: ela foi usada no desenvolvimento de uma vacina contra a Chikungunya, que após sete anos de testes clínicos está na terceira fase de testes, ou seja, sendo usada em milhares de pessoas.

Se os resultados forem promissores, o próximo passo rumo a uma vacina contra o SARS-CoV-2 é a realização de testes em animais, seguido da produção em pequena escala para testes clínicos em humanos. Segundo o virologista Frédéric Tangy, diretor do departamento de inovação em vacinas do Instituto Pasteur, a vacina pode começar a ser testada em humanos em um ano.

“De acordo com o que sabemos sobre o potencial contagioso da SARS-CoV-2, 60% a 70% da população humana precisa ser imunizada”, diz ele. “O problema mais crítico da vacina contra esse vírus é a resposta imune, que pode ser muito mais letal do que a própria doença”, disse ele. “Uma vacina criada de forma desenfreada seria perigosa”.

Fonte: Science Alert

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital