Ministério da Saúde orientou omitir falta de medicamentos contra a Covid-19

Em reunião, comitê discutiu e recomendou 'não fazer divulgação dos dados'; ata do encontro mostrou que havia 267 produtos com risco de desabastecimento
Redação24/07/2020 13h57, atualizada em 24/07/2020 14h18

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Durante uma reunião em 29 de maio, o Comitê de Operações de Emergência (COE) do Ministério da Saúde discutiu e recomendou a não divulgação de dados que mostrassem a falta de insumos e medicamentos para o combate da Covid-19. A ata do encontro mostrou que havia 267 produtos com risco de desabastecimento. Apesar de mostrar a necessidade de um contato com as empresas responsáveis, documento mostrava uma orientação: “Não fazer divulgação dos dados”.

O comitê é composto por membros do Ministério da Saúde, da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Instituto Evandro Chagas (IEC), entre outros órgãos. Na ata, não fica claro quem eram os participantes da reunião, que discutia o desabastecimento e buscava ações para resolver a situação. Escassez de matéria-prima e dificuldade de importações foram alguns dos temas levantados.

Reprodução

Comitê também apura dificuldades dos estados para comprar medicamentos de UTI. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Não foram detalhados quais seriam os medicamentos em falta, mas o documento determina que essa informação deve ser atualizada de forma contínua. Esta, porém, não foi a única reunião para tratar do tema. Dois dias antes, outro encontro do COE estabeleceu a apuração de o porquê da dificuldade dos estados em não conseguir comprar medicamentos de UTI.

Um mês depois, em 24 de junho, 22 unidades federativas tinham estoques vazios de pelo menos um sedativo usado em pacientes de Covid-19 que necessitem intubação.

Respostas

Segundo o portal O Globo, Alessandro Glauco, assessor especial da Secretaria Executiva do Ministério da Saúde, ao ser questionado, afirmou que aguardava um parecer da Anvisa sobre o motivo das compras não estarem sendo realizadas. Já o Ministério da Saúde, que ainda é comandado interinamente pelo general Eduardo Pazuello, disse em nota que “a divulgação desses dados compete à agência reguladora, conforme normativas existentes”.

Por fim, o ministério destacou que acompanha desde maio a situação dos estoques e vem buscando soluções para “auxiliar gestores locais que não estão conseguindo adquirir os medicamentos.

Números da Covid-19

O Brasil é o segundo país com mais casos de Covid-19 no mundo, com quase 2,293 milhões. São Paulo (452 mil), Ceará (156 mil), Rio de Janeiro (151 mil), Pará (144 mil) e Bahia (138 mil) são os cinco estados mais afetados. São mais de 84 mil mortes confirmadas decorrentes do coronavírus, com São Paulo responsável por quase 21 mil delas e o Rio de Janeiro por 12,5 mil.

Via: O Globo

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital