Gotículas de saliva expelidas por portadores assintomáticos do novo coronavírus enquanto falam podem ficar no ar por até 14 minutos em um ambiente fechado. Essa é a conclusão de um estudo conduzido por pesquisadores do Instituto Nacional de Diabetes e Doenças Digestivas e Renais (NIDDK) dos Estados Unidos, publicado na revista PNAS (Proceedings of the National Academy of Sciences).

Levando em consideração a concentração conhecida do vírus Sars-Cov-2 na saliva, os pesquisadores estimaram que cada minuto de fala em voz alta pode gerar mais de mil gotículas contaminadas. O resultado do estudo reforça a importância do uso de máscaras em público – especialmente em ambientes sem ventilação. 

Os cientistas fizeram uma pessoa repetir em voz alta a frase “mantenha-se saudável” (“stay healthy”) por 25 segundos dentro de uma caixa fechada e projetaram um laser nas gotas, permitindo que sejam vistas e contadas. Segundo a pesquisa, as gotículas permaneceram no ar por um tempo que variou entre 8 e 14 minutos, mas que em média foi de 12 minutos.

A mesma técnica foi utilizada em outro estudo da mesma equipe, publicado no New England Journal of Medicine em abril, que observou que falar mais baixo gera menos gotas.

“Há muito que se reconhece que os vírus respiratórios podem ser transmitidos por gotículas geradas pela tosse ou espirro. Mas é menos divulgado que a fala normal também produz milhares de gotículas de fluido oral com uma ampla distribuição de tamanho”, afirmam os pesquisadores no artigo.

“Essa visualização direta demonstra como a fala gera gotículas no ar que podem permanecer suspensas por dezenas de minutos ou mais, e são eminentemente capazes de transmitir doenças em espaços confinados”, concluem os pesquisadores.

Via: AFP