Falta de seringas pode atrapalhar vacinação contra Covid no Brasil, alerta indústria

Associação da indústria de insumos hospitalares alerta que falta de equipamentos pode causar problema logístico na vacinação da população
Renato Santino10/08/2020 18h07, atualizada em 10/08/2020 18h20

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Uma vacinação em massa como a que se prevê para o fim de 2020 e início de 2021 para combater a Covid-19 traz grandes desafios científicos, mas há outro aspecto frequentemente ignorado que pode trazer complicações: o logístico. A indústria de insumos hospitalares começou a alertar para os riscos de faltarem equipamentos como seringas e agulhas para aplicação das vacinas.

Em entrevista à jornalista Monica Bergamo, da Folha de S. Paulo, o superintendente da Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos e Odontológicos (Abimo), Paulo Henrique Fraccaro, alerta que o governo precisa estar alerta para essa questão antes que seja tarde demais.

Fraccaro aponta que o setor tem capacidade de produção máxima de 1,5 bilhão de seringas por ano, mas o governo não pode abdicar de outras campanhas, como a aplicação contra o sarampo, para direcionar toda a produção para a Covid-19.

Uma vacinação para os 210 milhões de brasileiros pode precisar, no mínimo, de 300 milhões de seringas em um prazo de três a quatro meses, segundo Fraccaro. No entanto, a capacidade produtiva atualmente é de 50 milhões em cinco meses. Por este motivo, ele cobra pressa do Ministério da Saúde, que supervisionará a potencial distribuição e produção da vacina de Oxford e da AstraZeneca, e do governo de São Paulo, que monitora a CoronaVac, do laboratório chinês Sinovac.

Em entrevista coletiva desta segunda-feira (10), Jean Gorintchteyn, secretário da saúde de São Paulo, afirma que não há previsão de falta de seringas e que já há uma licitação aberta para aquisição de mais 30 milhões de seringas para garantir que não haverá qualquer chance de desabastecimento.

O Ministério da Saúde, por sua vez, respondeu em comunicado que já está em preparo a rede logística para distribuição da vacina para a população brasileira, e que não prevê dificuldades para aquisição de insumos para a aplicação. “As aquisições de seringas e agulhas serão compatíveis com a necessidade de cobertura populacionarl.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital