Estudo com anti-inflamatório busca tratar precocemente a Covid-19; entenda

A expectativa é que o tratamento possa impedir a reação brusca do sistema imunológico
Redação22/04/2020 20h59, atualizada em 22/04/2020 21h24

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Um estudo internacional com o anti-inflamatório colchicina vai verificar se a substância pode evitar complicações graves da Covid-19 se manuseada precocemente. O medicamento, amplamente disponível, é utilizado no tratamento de gota, doença que afeta as articulações, e investigado como uma potencial droga anticancerígena.

O estudo será feito a distância, entregue a 6 mil participantes dos Estados Unidos, Canadá e Europa, que receberão a colchicina via correio dentro de 48 horas após o diagnóstico positivo para Covid-19. O monitoramento do tratamento será feito a partir de chamadas telefônicas ou de vídeo.

“Este é um dos muito poucos estudos da Covid-19 projetados especificamente para pacientes que ainda não foram hospitalizados”, explicou Priscilla Hsue, professora de medicina da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, e pesquisadora do estudo. “Suspeitamos que o tratamento precoce, antes do aparecimento de sintomas graves que exijam hospitalização, possa oferecer a melhor chance de melhorar os resultados. Quando o dano pulmonar se desenvolver, poderá ser tarde demais para intervir com sucesso”, completou.

Reprodução

A expectativa é que o tratamento precoce possa impedir a reação brusca do sistema imunológico, que libera uma tempestade de citocinas, moléculas que emitem sinais entre duas células, as quais podem danificar os órgãos e causar complicações graves.

“Este é um estudo importante que pode fornecer uma resposta definitiva quanto aos benefícios da redução da inflamação para a prevenção de complicações relacionadas à Covid-19”, disse Jean-Claude Tardif, diretor do Centro de Pesquisa do Instituto do Coração de Montreal, no Canadá, e também pesquisador do estudo com colchicina.

Os voluntários devem ter mais de 40 anos e, pelo menos, um fator de risco que gere complicações graves em pessoas infectadas com a Covid-19. Além disso, é preciso ter sido diagnosticado com a doença nas últimas 24 horas anteriores à inscrição, que é feita por telefone.

Em seguida, os participantes assinam formulários online de consentimento e recebem a droga logo depois. O monitoramento é frequente, mas os especialistas fazem chamadas após 15 e 30 dias do início do tratamento para verificar os efeitos.

O estudo será randomizado e duplo-cego. Portanto, os voluntários serão aleatoriamente designados para receber a colchicina ou um placebo.

Via: Live Science

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital