Um hospital norte-americano testa a injeção de células embrionárias em pacientes para tratar a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. O experimento é conduzido pelo Holy Name Medical Center, no estado de Nova Jersey, e já foi aprovado pela Food and Drug Administration (FDA), instituição dos Estados Unidos equivalente à Anvisa no Brasil.
Por enquanto, o tratamento com células retiradas de placentas humanas foi aplicado a um único paciente em estado grave no país. Em entrevista à Bloomberg, o chefe-executivo do hospital, Michael Maron, afirmou que os resultados foram positivos. O paciente respira com ajuda de ventiladores desde o dia 20 de março. A expectativa é que ele possa receber alta nas próximas duas semanas.
O procedimento visa combater um fenômeno conhecido como “tempestade de citocina”. Trata-se de uma situação em que o sistema imunológico do paciente apresenta uma resposta exagerada ao vírus, de modo que o mecanismo de defesa do corpo se torna prejudicial ao próprio organismo.
Os médicos esperam que as células retiradas de placentas humanas possam proteger os pacientes de forma parecida como a que protegem o feto do sistema imunológico no organismo de mulheres grávidas e, dessa forma, reduzir o quadro de inflamação da Covid-19. O fenômeno da tempestade de citocina, entretanto, ainda não foi completamente decifrado pela ciência.
Testes anteriores
Embora o tratamento do novo coronavírus com células embrionárias seja a primeira iniciativa da espécie nos Estados Unidos, o mesmo experimento já foi conduzido em Israel por uma empresa de biotecnologia chamada Pluristem Therapeutics.
A companhia anunciou na semana passada, em 7 de abril, que seis pacientes infectados sobreviveram à Covid-19 após receberem injeções de células de placenta e apresentarem melhoras nos quadros respiratórios. Vale destacar que, mesmo assim, ainda não há evidências científicas suficientes que comprovem a eficácia do tratamento.
O hospital Holy Name também faz parte de um ensaio clínico para testar se as células de placentas são úteis no tratamento de problemas vasculares crônicos que podem levar à incidência de feridas e, por vezes, a necessidade de amputações.
Além disso, no que diz respeito ao coronavírus, Michael Maron afirma na entrevista à Bloomberg que a instituição de saúde conduz uma série de experimentos com diferentes tratamentos para investigar uma solução contra a Covid-19.