Pesquisadores e empresas da robótica batem na tecla de que o uso ideal dos robôs é eliminar o trabalho humano em situações de risco, e isso se aplica muito bem neste momento de crise do coronavírus. Um sinal disso é um novo robô do MIT, que será usado para desinfectar as instalações do Greater Boston Food Bank (GBFB), uma organização sem fins lucrativos que trabalha para alimentar pessoas pobres na região do Boston, nos Estados Unidos.

O projeto nasceu de uma parceria do Laboratório de Inteligência Artificial e Ciência da Computação (CSAIL) do MIT com a Ava Robotics, uma empresa que se originou a partir de uma divisão da iRobot, conhecida pelos robôs-aspiradores Roomba e outras máquinas dedicadas à limpeza doméstica.

Para fazer a esterilização dos ambientes, o robô utiliza uma técnica já bastante conhecida: raios ultravioletas. A máquina é capaz de se locomover de forma autônoma por um ambiente, como fazem os robôs Roomba, sem qualquer acompanhamento humano. Essa parte é importante, porque a exposição direta aos raios UV pode causar danos sérios ao corpo, trazendo risco até mesmo de câncer, então enquanto o robô está ativo, ninguém pode estar por perto sem proteção adequada.

O robô foi adaptado de outros projetos da Ava, que desenvolve tecnologia de telepresença, normalmente exibindo o rosto de um operador remoto. Bastou para a empresa remover essa parte e equipá-lo com as luzes UV. O resto já estava pronto, com o reconhecimento do ambiente com câmeras e sensores que permitem a navegação independente já totalmente funcional.

O CSAIL também afirma que os raios disparados pelo robô vão além de esterilizar superfícies. De acordo com os pesquisadores, a máquina também é eficaz para limpar o ar do recinto, exterminando os vírus que estejam no ar em forma de aerossóis.

Por enquanto, o projeto foi desenvolvido exclusivamente com o GBFB em mente, diante da crise da Covid-19, mas o CSAIL imagina sua aplicação em múltiplos locais que precisem de esterilização constante, incluindo escolas, hospitais, lojas, aviões e mais.

O projeto do CSAIL também não é necessariamente novo. O Olhar Digital já mencionou projetos no Brasil e na Irlanda que combinam ultravioleta e robótica para esterilização autônoma de ambientes. Você pode conferir mais detalhes neste link.