Entenda quem são os infectados superpropagadores da Covid-19

Fatores biológicos e comportamentais podem tornar pessoas superpropagadoras do coronavírus
Redação10/07/2020 19h29, atualizada em 10/07/2020 19h49

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Embora existam relatos de pessoas que passaram dias em contato com infectados pelo coronavírus e não contraíram a Covid-19, há quem seja um superpropagador da doença e acabe contaminando mais que o normal. O casamento da irmã da influencer Gabriela Pugliesi, que marcou o início da pandemia no Brasil, exemplifica bem o que pode acontecer se o vírus encontrar o cenário ideal para a sua disseminação.

A taxa de transmissão epidemiológica diz que cada pessoa com Covid-19 pode infectar outras duas ou três. Ainda assim, essa estimativa tem uma grande margem para equilibrar os contaminados que não infectam ninguém e os doentes que são capazes de disseminar o coronavírus para dezenas – neste caso, a transmissão é chamada de superpropagação.

Para serem superpropagadores, os infectados dependem de alguns fatores. Biologicamente falando, por exemplo, algumas pessoas simplesmente apresentam uma grande carga viral em seus organismos e não se sabe o motivo para isso.

“Uma teoria aponta que o vírus reagiria de forma diferente em organismos de determinadas pessoas – talvez, por ter imunidade melhor, algumas consigam conter a reprodução viral. Quem tem essa carga maior poderia também oferecer maior risco de contágio quando entra em contato com outras pessoas”, explicou Rodrigo Araújo, professor de Microbiologia da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).

Além disso, fatores comportamentais também são determinantes. “Pessoas que falam mais alto, exercem atividades que falam muito, como palestrantes, ou quem possui tosse crônica, também são potenciais superdisseminadores”, contou Igor Marinho, infectologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Isso acontece porque, nestes casos, os infectados expelem muitas gotículas de saliva, as quais ficam em superfícies ou suspensas no ar até serem absorvidas pelo organismo de outras pessoas.

Reprodução

Mulher de máscara utilizando o transporte público. Imagem: Anna Shvets/Pexels

“Cada vez mais estudos científicos apontam a possibilidade do vírus também ficar no ar. As gotículas maiores caem, mas, aparentemente, partículas menores podem ficar suspensas durante algumas horas”, afirmou Araújo.

Por isso que os hábitos sociais dos infectados, como com quantas pessoas têm contato, se utilizam o transporte público e se frequentam locais onde há aglomeração, podem fazer de uma única pessoa uma superpropagadora.

Infectados assintomáticos também têm potencial para se tornarem superpropagadores. Afinal, não sentem os sintomas da Covid-19 e entendem que estão saudáveis, então não param de sair e continuam mantendo relações próximas com outras pessoas.

Daí a importância de tomar os cuidados necessários, como o uso de máscaras de proteção, a higienização frequente das mãos e o distanciamento físico. “Seguir as orientações dos órgãos de saúde para a prevenção da doença evitaria uma superdisseminação, mesmo que exista um fator biológico que influencie no contágio. A máscara, por exemplo, já impediria que uma pessoa com maior carga viral deixasse partículas por onde passasse”, informou Marinho.

Via: Uol

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital