A pandemia de coronavírus já atingiu mais de 18 milhões de pessoas no mundo todo, tendo causado mais de 690 mil mortes desde o início do ano. Porém, apesar dos números significativos, acredita-se que muitas infecções sequer sejam descobertas, graças aos casos assintomáticos e a falta de testes disponíveis. Por conta disso, Michael Mina, professor assistente de epidemiologia da Universidade de Harvard, pede o uso do que ele chama de testes “ruins”.

Esses testes rápidos são semelhantes aos de gravidez. A pessoa coloca saliva em uma pequena tira de papel e, após cerca de 15 minutos, o resultado está disponível. Eles têm baixa sensibilidade e, por conta disso, podem ter um excesso de “falsos positivos”. Apesar disso, Ashish Jha, chefe do Instituto Global de Saúde da universidade, afirma que, “quando você é realmente infeccioso, você tem grandes quantidades de vírus na garganta e o teste se torna muito melhor”.

Para Mina, a ideia surge da falta de testes PCR e da necessidade de esperar dias para ter o resultado. Além da escassez, esses testes são mais eficazes na detecção de pequenas concentrações do vírus, quando o paciente não é mais tão contagioso.

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ReproduçãoApesar de serem mais eficientes, os testes PCR são mais caros e levam mais tempo para fornecer o resultado. Foto: Divulgação

Outro ponto a favor dos testes rápidos é o preço. Isso porque, mesmo que eles falhem em cerca de metade dos casos, é possível que dois testes por semana cheguem ao resultado correto. Essa testagem constante pode acontecer devido ao custo, que pode variar entre US$ 1 e US$ 5.

Apesar da constatação de Harvard, a Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA) dos Estados Unidos não autorizou a venda de nenhum teste rápido do tipo. “Estou preocupado que nosso governo ainda esteja preso a um modelo mental que não faz sentido para essa pandemia”, finalizou Jha.

Teste rápido brasileiro

Cientistas brasileiros desenvolveram um teste rápido e barato para detectar o coronavírus que, além de apontar um diagnóstico, prevê possíveis complicações pela contaminação. O estudo acerca do método foi publicado na plataforma científica MedRxiv, que divulga pré-publicações de trabalhos que ainda serão revisados por pares.

A equipe de pesquisadores, composta por cientistas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), da Universidade de São Paulo (USP) e de centros do Amazonas, explicou que o novo teste utiliza uma inteligência artificial (IA) para analisar amostras de plasma sanguíneo, em busca de um padrão de moléculas presente em pessoas infectadas pela Covid-19.

Justamente por não utilizar os reagentes importados para os testes RT-PCR é que o novo teste custa menos.

Via: Science Alert