Pouco mais de uma semana após declarar que não possuía casos ativos e 25 dias depois de não registrar novos infectados pela Covid-19, a Nova Zelândia voltou, nesta terça-feira (16), a contar com a doença em seu território. Duas mulheres, uma de 30 e outra de 40 anos, que chegaram de Londres, no Reino Unido, no dia 7 de junho, levaram o coronavírus ao visitar o pai que estava em estado terminal.
A dupla só foi liberada para circular no país antes de cumprir o período de isolamento obrigatório e de passar por quaisquer testes porque o pai delas estava prestes a morrer.
Para visitarem o pai, as mulheres, que desembarcaram em Auckland, viajaram de carro até Wellington, a capital do país. Segundo Ashley Bloomfield, diretor-geral de Saúde da Nova Zelândia, a dupla não teve contato com outras pessoas ou estabelecimentos públicos no caminho, visto que dirigiram por oito horas seguidas, sem paradas para reabastecer o veículo ou por qualquer outro motivo, incluindo o uso de banheiros públicos.
Mesmo que elas tenham feito “tudo certo”, como disse Bloomfield, a viagem das duas mulheres obrigou o governo a suspender sua política de conceder isenções compassivas frente às regras de isolamento social.
“Ele só será restabelecido quando o governo confiar no sistema”, informou David Clark, ministro da Saúde do país. As autoridades já haviam anunciado que ninguém teria permissão para deixar instalações de quarentena sem um teste negativo para a Covid-19, como aconteceu com a dupla.
Uma das mulheres infectadas relatou que atribuiu os sintomas a uma condição médica pré-existente, por isso não cogitou estar com coronavírus.
Ashley Bloomfiel, diretor-geral da Saúde da Nova Zelândia. Imagem: Pool/NZME
Ainda que a dupla tenha viajado de carro de Auckland a Wellington, elas chegaram de avião até a Nova Zelândia e passaram por uma conexão em Brisbane, cidade australiana. Portanto, todos que estiveram no voo, incluindo a tripulação, demais funcionários e outros passageiros que ficaram inicialmente em quarentena no hotel Novotel Ellerslie ao chegarem no país, passarão por testes e serão isolados.
Houve, também, uma hóspede em isolamento no mesmo hotel que revelou à rede de TV local Television New Zeland que foi liberada da quarentena inicial assim que chegou ao país, sem antes ser testada.
“Pedi ao diretor-geral que considerasse se existem outras medidas que possamos implementar para fortalecer nossas proteções de saúde na fronteira”, contou Clark.
Vale lembrar que, no momento, a fronteira da Nova Zelândia só pode ser cruzada por neozelandeses, suas famílias e trabalhadores essenciais. “Não devemos ser complacentes, precisamos permanecer vigilantes”, afirmou Bloomfield. “Há uma pandemia em fúria fora de nossas costas”, completou.
Agora, as duas mulheres ficarão em isolamento até que se recuperem e não participarão do velório do pai.
A Nova Zelândia, um dos países menos afetados pela Covid-19, registrou menos de 1.500 casos confirmados e 22 mortes em decorrência do coronavírus.
Via: The Guardian