Covid-19: no Brasil, taxa de contágio volta a subir após três semanas

Imperial College acredita que o país tenha três vezes mais casos de coronavírus do que o número oficial registrado
Redação24/06/2020 21h16, atualizada em 24/06/2020 21h37

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Depois de três semanas vendo o contágio do coronavírus cair, o Brasil registrou, nesta quarta-feira (24), uma volta no crescimento da transmissão da Covid-19. Os dados são do Imperial College, universidade britânica que se tornou referência mundial nas projeções acerca da pandemia.

Ainda que o contágio no país tenha desacelerado por três semanas, nas últimas nove semanas o Brasil tem apresentado uma alta taxa Rt, que indica para quantas pessoas em média uma pessoa infectada transmite o vírus. Na semana anterior esse número era 1,05, que subiu ligeiramente para 1,06 nesta semana. Sendo assim, cada 100 infectados transmitem o coronavírus para 106 pessoas, que, por sua vez, transmitem para outras 112,36, e assim sucessivamente.

Vale lembrar que qualquer país que apresente a taxa Rt acima de 1 está com a transmissão fora de controle.

Reprodução

UTI no Brasil. Imagem: Rovena Rosa/Agência Brasil

Além do Brasil, a Colômbia é o único outro país sul-americano a não registrar queda na transmissão entre os seis países acompanhados por apresentarem transmissão ativa. Assim como o Brasil, a Colômbia registrou um aumento na taxa Rt da semana passada para esta: de 1,1 para 1,36.

Nos demais quatro países, a taxa caiu no mesmo período: Argentina de 1,29 para 1,2; Chile de 1,2 para 1,08; Bolívia de 1,36 para 1,07 e Peru de 1,36 para 1,02.

Além disso, o Imperial College estima que o total de casos acumulados no Brasil seja o triplo do registrado oficialmente, ou seja, mais de três milhões de infectados. A universidade fez esse cálculo com base no número total de mortes confirmadas, que era de 52.645 até a última terça-feira (23) e sobre o qual acredita-se que haja menos subnotificação. A premissa é que os óbitos equivalem a 1,38% dos casos registrados 14 dias antes do cálculo. Portanto, supõe-se que, há duas semanas, o Brasil tinha um total de 3,8 milhões de infectados.

A universidade britânica também aponta o Brasil como o país com o maior número de mortes entre os 52 que vem acompanhando esta semana, seguido do México, com 4.420 óbitos. Essa classificação é baseada no cálculo de que, em vez de 601 novas mortes registradas na segunda-feira (21), o Brasil tenha sofrido cerca de 7.900 óbitos. Os Estados Unidos não entraram nessa estimativa.

Via: Folha de S.Paulo

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital