Desde que a pandemia do coronavírus se espalhou, os pesquisadores tentam descobrir mais sobre o vírus e sua interação com as pessoas. Agora, um novo estudo liderado pela Universidade de Glasgow, na Escócia, e publicado na Plos One, mostra que a presença de duas ou mais condições prévias de vulnerabilidade, conhecido como multimorbidade, está associada a um risco 48% maior de ser infectado.
Apesar de já ser conhecido que certas condições de saúde podem influenciar a gravidade da doença, pouco se sabia sobre o multimorbidade e a polifarmácia (quando o paciente já toma muitos remédios) e sua ligação com a Covid-19. A associação foi destacada naqueles que possuem duas ou mais condições de saúde cardiometabólicas, como diabetes e hipertensão. Nesse caso, a condição estava associada a risco até 77% maior de infecção.
No geral, as pessoas com multimorbidade apresentam risco maior de infecção em áreas socioeconomicamente carentes, de etnia não branca, com obesidade extrema e função renal reduzida. “Multimorbidade e polefarmácia são desafios globais de saúde por si só. Nosso estudo mostra que ter um teste positivo de Covid-19 é mais comum em pessoas que vivem com essas condições de saúde”, destacou a Dra. Barbara Nicholl, líder do estudo.
Multimorbidade é associada a risco maior de infecção por coronavírus. Foto: Reuters
Segundo a professora Frances Mair, especialista em multimorbidade, “dada a alta prevalência de multimorbidade, particularmente em grupos de idade avançada, o estudo melhorará nossa compreensão dos riscos e nos ajudará a aconselhar melhor os mais vulneráveis a infecções graves“.
Para chegar a esses dados, foram analisados dados do UK Biobank, com 428.199 adultos com idade entre 37 e 73 anos na época do recrutamento, que ocorreu entre 2006 e 2010 na Inglaterra e no País de Gales.
Descoberta aponta para imunidade ao Sars-Cov-2
Um evento ocorrido em um barco pesqueiro, em Seattle (EUA), comprovou a imunidade pelo Sars-Cov-2 em humanos de forma inédita. Entre os 120 tripulantes infectados pelo coronavírus, seis já haviam sido contaminados, mas apenas três deles não apresentaram reincidência da Covid-19 por terem desenvolvido anticorpos contra a “spike protein” (S) e o domínio receptor-obrigatório (RBD) do vírus.
Como os navios pesqueiros costumam passar longos períodos em alto mar, os navegantes têm sido submetidos a testes para detectar a presença de infectados pelo coronavírus. No dia primeiro de abril, 120 de 122 tripulantes de um desses barcos foram testados por PCR (para saber estavam infectados) e por sorologia (para saber se já contraíram o vírus no passado).
Todos os 120 marinheiros não estavam com Covid-19, mas seis deles testaram positivo para a sorologia. Ou seja, 5% dos viajantes haviam sido infectados pelo coronavírus, mas já estavam curados e, portanto, possuíam anticorpos contra a doença.
Via: MedicalXpress