Uma das características mais distintas do novo coronavírus, que já matou mais de 210 mil pessoas em todo o mundo, é a grande variação na gravidade dos sintomas apresentados pelos indivíduos infectados.
Algumas pessoas passam pela infecção e não sentem nada – são os chamados assintomáticos -, enquanto outras sofrem com danos letais nos pulmões e outros órgãos – além de um terceiro grupo que fica entre esses dois extremos.
Enquanto cientistas do mundo todo trabalham para tentar encontrar uma cura rapidamente, uma das principais preocupações é a diferença dramática nas respostas de pessoas infectadas por um mesmo vírus.
Até o momento, o que se sabe é que fatores como idade e condições de saúde podem desempenhar um papel importante na maneira como os sintomas vão se manifestar. No entanto, geneticistas trabalham com a ideia de que a variação natural do código genético pode ser responsável por essa distinção.
A ideia é bastante plausível e apoiada por registros médicos que indicam que as diferenças genéticas podem aumentar riscos de desenvolver problemas cardíacos, câncer e outras doenças mortais, por exemplo.
Descobrir que os genes influenciam as respostas ao vírus pode ser importante para o desenvolvimento de tratamento ou vacinas eficazes. Além disso, esses dados podem apontar para um medicamento existente e que pode funcionar contra a doença.
Respostas conclusivas
Em março, a partir de uma parceria firmada entre geneticistas do mundo todo, a Iniciativa de Genética Covid-19 foi lançada. O projeto é um site que tem como objetivo reunir grupos científicos para estudar o papel do genoma humano na explicação da gravidade e suscetibilidade de manifestação da doença.
A partir disso, se espera que os primeiros resultados concretos das pesquisas, que estão sendo desenvolvidas em laboratórios do mundo todo, sejam divulgados até o fim de maio.
Até o momento, o projeto conta com a participação de mais de 600 cientistas de 45 países. Eles foram responsáveis por registrar mais de 150 estudos diferentes, com o objetivo de obter informações sobre a genética da doença.
Via: Washington Post