Embora o ‘número básico de reprodução’ da Covid-19 tenha diminuído desde que o coronavírus chegou ao Brasil, ainda é considerado alto. Tal amostragem indica quantos indivíduos uma pessoa que está infectada é capaz de contagiar.

Segundo reportagem do jornal O Globo, atualmente, este número está em 1,4, ou seja, cada dois infectados transmitem o vírus para outros três. Para se ter uma ideia, em 26 de fevereiro, quando foi registrado o primeiro caso da doença no país, cada pessoa passava, em média, a doença para outras 3,5. Já em 23 de março, com algumas medidas de isolamento social, o número caiu para 1,9. 

Para chegar à estimativa, os pesquisadores trabalharam basicamente com dados oficiais. Segundo as secretarias estaduais de Saúde, o Brasil registra 271.885 casos oficiais e 17.983 óbitos. O país se configura como o terceiro com maior número de contaminados segundo a plataforma da Universidade Johns Hopkins.

Os responsáveis pelo cálculo são o físico nuclear Rubens Lichtenthäler Filho, professor da USP (Universidade de São Paulo), e seu filho, Daniel, médico do Hospital Israelita Albert Einstein.

Panorama da pandemia

As datas-chaves identificadas na pesquisa coincidem com a época em que estados colocaram em prática medidas mais duras de isolamento, segundo Daniel e Rubens afirmaram ao jornal. “A gente sabe que o impacto que a gente está vendo é o de medidas progressivas de distanciamento social ao longo do tempo”, disse Daniel.

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Embora não seja o único parâmetro, a taxa de reprodução básica é essencial para entender o futuro da pandemia. Determiná-la ajuda a prever, por exemplo, quando a capacidade do número de leitos disponíveis excede. 

Quando se sabe o número de pessoas infectadas também é possível, em tese, calcular o momento em que a ‘imunidade de rebanho’ será atingida – importante taxa para determinar o estágio em que a epidemia se encontra em cada local. Estima-se que, para atingí-la, de 60% a 80% de uma população precisam estar imunes a um vírus.

No Brasil, no entanto, ainda não se sabe com precisão a parcela da população que já foi infectada. Estudos ainda estão em andamento, neste sentido. Como o modelo de análise criado pelos pesquisadores não tem esse objetivo, por isso resiste às dúvidas sobre a subnotificação, que não afetam a taxa de reprodução básica.

Via: UOL