Bovespa registra maior queda desde 1998; dólar vai a R$ 4,72

Depois de interromper as negociações durante a manhã após uma queda de 10%, a Bolsa de Valores de São Paulo retomou suas negociações e fechou com uma desvalorização de 12,17%
Renato Mota09/03/2020 21h18

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Depois de amanhecer com uma baixa de 10%, o principal indicador do desempenho de ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo, o Ibovespa registrou sua maior queda no século e registrou um recuo 12,17%, a 86.067 pontos. Esse é o menor patamar do índice desde 26 dezembro de 2018 e a maior queda em um único dia (em termos percentuais), desde 10 de setembro de 1998, quando viu uma desvalorização de 15,8%.

O dólar, que abriu nesta segunda-feira (9) em forte alta, chegando a R$ 4,794, acabou fechando o dia com alta de 2%, na marca de R$ 4,727, após uma venda de US$ 3 bilhões de reservas pelo Banco Central.

Embora os impactos da queda sobre o mercado de tecnologia no país ainda não sejam claros, o mercado financeiro rebaixou as projeções de crescimento para a economia brasileira em 2020 de 2,17% para 1,99%.

Durante a manhã, a queda brusca na bolsa de valores acionou um dispositivo chamado Circuit Break. Esse mecanismo é adotado toda vez que os indicadores apresentam variação negativa superior a 10%. Quando adotado, ele suspende as negociações de ações por 30 minutos na tentativa de conter a volatilidade excessiva no mercado. Após a reabertura, se as perdas contabilizarem 15%, a bolsa é fechada novamente, desta vez pelo período de uma hora.

A baixa no mercado brasileiro acompanha uma tendência global provocada sobretudo pela queda de 30% no preço do petróleo. O cenário acontece em meio ao temor de uma nova guerra comercial após o fracasso no acordo entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e a Rússia para o país reduzir sua produção da commodity.

Diante da recusa dos russos aceitarem os termos da OPEP, a Arábia Saudita decidiu cortar o valor do barril de petróleo para US$ 30, favorecendo as oscilações negativas nas principais bolsas internacionais. A situação é ainda mais preocupante, uma vez que o colapso coincide com a incerteza sobre o tamanho do impacto negativo da epidemia de coronavírus na economia global.

Via: G1/Folha de S. Paulo/Agência Brasil

Editor(a)

Renato Mota é editor(a) no Olhar Digital