Em meio à crise do novo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro deve demitir o atual ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, ainda hoje, segunda-feira (6). Segundo informações do jornal O Globo, a expectativa é que a decisão seja publicada no Diário Oficial da União após reunião de Bolsonaro com todos os ministros, às 17h. 

A informação, que foi confirmada ao Globo por dois auxiliares do presidente, é de que a permanência de Mandetta no cargo se tornou insustentável após Bolsonaro proferir críticas aos métodos de combate à Covid-19 defendidos pelo ministro.

Em entrevista na última quinta-feira (2), Mandetta foi acusado por Bolsonaro de falta de humildade por contrariá-lo e defender o isolamento social e o fechamento dos comércios não essenciais para combater a disseminação do novo coronavírus. Além das palavras, Bolsonaro declarou que “nenhum ministro meu é indemissível”.

No domingo (5), sem citar nomes, Bolsonaro disse que “algumas pessoas” que fazem parte de seu governo “viraram estrelas e falam pelos cotovelos”. Ele ainda declarou que não teria “medo” de usar a caneta contra eles – em uma menção ao ato de exoneração de membros do governo.

Para se defender, Mandetta comentou que não pediria demissão, e que só sairia por decisão do presidente. Mesmo após as críticas de Bolsonaro, o ministro disse durante coletiva de imprensa que “não abandonaria o paciente”, se referindo ao Brasil.

Possível substituto

Na última quarta-feira (1º), Bolsonaro convocou o ex-ministro e médico Osmar Terra para algumas reuniões no Palácio do Planalto. A primeira delas, que contou com a participação de Walter Braga Netto, ministro-chefe da Casa Civil, e duas dezenas de médicos, discutiu o uso da hidroxicloroquina no tratamento de pacientes com a doença. Para esta reunião, Mandetta, não foi convocado.

Recentemente, Terra mostrou apoio às decisões de Bolsonaro em relação à flexibilização do isolamento. O presidente, por sua vez, curtiu uma declaração do médico nas redes sociais que falava sobre países que adotaram a quarentena e, mesmo assim, não conseguiram achatar a curva de casos.

Fonte: O Globo