Principal indicador do desempenho de ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo, o Ibovespa registrou queda de 10% na abertura das negociações nesta segunda-feira (9). O dólar, por sua vez, disparou novamente e atingiu a cotação recorde de R$ 4,79.

A baixa no mercado brasileiro acompanha uma tendência global provocada sobretudo pela queda de 30% no preço do petróleo. O cenário acontece em meio ao temor de uma nova guerra comercial após o fracasso no acordo entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e a Rússia para o país reduzir sua produção da commodity.

Diante da recusa dos russos aceitarem os termos da OPEP, a Arábia Saudita decidiu cortar o valor do barril de petróleo para US$ 30, favorecendo as oscilações negativas nas principais bolsas internacionais. A situação é ainda mais preocupante, uma vez que o colapso coincide com a incerteza sobre o tamanho do impacto negativo da epidemia de coronavírus na economia global.

Circuit Break

No Brasil, a queda brusca na bolsa de valores acionou um dispositivo chamado Circuit Break. Esse mecanismo é adotado toda vez que os indicadores apresentam variação negativa superior a 10%. Quando adotado, ele suspende as negociações de ações por 30 minutos na tentativa de conter a volatilidade excessiva no mercado. Após a reabertura, se as perdas contabilizarem 15%, a bolsa é fechada novamente, desta vez pelo período de uma hora.

Embora os impactos da queda sobre o mercado de tecnologia no país ainda não sejam claros, o mercado financeiro rebaixou as projeções de crescimento para a economia brasileira em 2020 de 2,17% para 1,99%.

Queda Mundial

Na Europa, as principais bolsas operam em queda em torno de 7%. Nos Estados Unidos, as negociações também foram suspensas em Wall Street por 15 minutos na abertura.