Quando chega a temporada da gripe, é fácil achar pessoas que ficam muito doentes e outras que têm contato com essas e não sofrem com a doença. Essa diferença de vulnerabilidade ao vírus pode ser consequência do ano de nascimento de cada um. É isso que afirma uma pesquisa recente da Universidade McMaster. O subtipo da enfermidade com a qual uma pessoa tem contato desde cedo afeta todo o seu sistema imunológico.
Normalmente, os dois tipos de influenza A, H1N1 e H3N2, se revezam, com um circulando em uma temporada e outro na seguinte. Desta forma, diferentes pessoas teriam contato inicialmente com o primeiro e outras com o segundo. Porém, na temporada da gripe 2018/2019, ambos ocorreram em diferentes pontos do período. Essa anomalia permitiu que os pesquisadores aproveitassem a oportunidade para se aprofundarem na noção de impressão antigênica.
Os pesquisadores coletaram dados e investigaram a relação entre a idade e, portanto, o subtipo que provavelmente foram expostos pela primeira vez, e sua vulnerabilidade ao H1N1 e H3N2. “Já sabíamos em nossos estudos anteriores que a suscetibilidade a subtipos específicos de influenza pode estar associada ao ano de nascimento, mas este novo estudo vai muito além no apoio à impressão antigênica”, afirmou Alain Gagnon, principal autor do estudo.
“Em vez de apenas mostrar como padrões etários específicos estão associados a um subtipo ou outro durante uma única temporada de gripe, aproveitamos um experimento natural único para mostrar como a mudança no domínio do subtipo durante uma temporada parece levar a uma mudança na suscetibilidade por idade”, continuou Gagnon. Esta mudança pode ser valiosa para autoridades de saúde pública que se preparam para epidemias. Com esse conhecimento, é possível determinar qual dado demográfico corre maior risco, dependendo do subtipo que circula na época.
“A imunidade prévia das pessoas à vírus como gripe ou mesmo o coronavírus pode ter um tremendo impacto sobre o risco de adoecer durante epidemias e pandemias subsequentes”, afirmou Matthew Miller, co-autor do estudo. “Compreender como sua imunidade anterior os deixa protegidos ou suscetíveis é realmente importante para nos ajudar a identificar as populações que estão em maior risco durante epidemias sazonais e novos surtos”, concluiu.
Via: New Atlas