Cientistas e médicos dos Estados Unidos querem usar dispositivos vestíveis, como o Fitbit, para identificar e prevenir surtos de gripe. A ideia é aproveitar os dados dos usuários coletados por esses aparelhos e monitorar o avanço da influenza em tempo real. Anualmente, em todo mundo, 650 mil pessoas morrem de gripe.
Os pesquisadores coletaram informações de 200 mil pessoas que usaram um Fitbit entre 2016 e 2018, em cinco estados nos EUA. Os dados obtidos no wearables melhoraram significativamente as previsões de surtos de gripe em todas as localidades, correspondendo a uma melhoria de 6,3% a 32,9%.
“Rastreadores de atividade e fisiológicos são cada vez mais usados ​​nos EUA e no mundo para monitorar a saúde individual. Ao acessar esses dados, seria possível melhorar a adoção de medidas oportunas de resposta a surtos, a fim de impedir a transmissão adicional de casos de influenza”, afirma o relatório da pesquisa, publicado no periódico científico The Lancet Digital Health.
Cerca de 12% dos consumidores dos EUA possuíam uma monitor de atividades ou smartwatch, um número que só cresce. “Esses aparelhos possuem sensores que rastreiam continuamente as medições fisiológicas de um indivíduo, como freqüência cardíaca em repouso, atividade e sono, podendo ser capazes de identificar flutuações anormais que indicam perturbações na saúde de alguém, como uma infecção aguda”, justifica a pesquisa.
Os relatórios tradicionais de vigilância da gripe nos EUA geralmente possuem uma a três semanas de atraso, e só são revisados meses depois. “Esse atraso pode permitir que os surtos passem despercebidos, se espalhando rapidamente para novas populações e regiões geográficas suscetíveis”, afirma o estudo.
No futuro, os pesquisadores esperam que os dispositivos vestíveis possam incluir sensores adicionais para rastrear prospectivamente a pressão sanguínea, a temperatura, o eletrocardiograma e a análise da tosse – dados que podem ser utilizados para identificar ainda mais doenças.
Via Reuters