O tempo ainda é um mistério. Dentro dos estudos da física, duas grandes teorias divergem sobre como o tempo acontece: enquanto a mecânica quântica trata o tempo como um parâmetro que flui em um ritmo constante sem parar, a relatividade diz que o tempo pode se contrair e expandir para dois observadores se movendo em velocidade diferentes. Agora, uma nova teoria pode reconciliar os dois pilares da física.

De acordo com uma equipe de cientistas da Universidade Estadual da Pensilvânia, nos Estados Unidos, o menor período de tempo concebível pode não ser maior que um milionésimo de bilionésimo de bilionésimo de bilionésimo de segundo – ou dez elevado à 33ª potência negativa. Isso significa que o universo possui uma propriedade fundamental cujos tique-taques interagem com os relógios atômicos, medidores de tempo que têm a hora constantemente regulada, já que os ajustes são feitos com base em átomos que vibram precisamente, bilhões de vezes por segundo.

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Relógio do universo. Imagem: Shutterstock

Os relógios atômicos atuais só são capazes de medir o tempo em até um décimo de bilionésimo de bilionésimo de segundo, o equivalente a dez elevado à 19ª potência negativa. Antes que a equipe de cientistas modelasse o relógio universal, os relógios atômicos ficavam, por vezes, fora de sincronia entre si, colocando em xeque a veracidade de suas medições. Contudo, com a unidade de tempo do próprio universo, tudo passou a fazer sentido: segundo o artigo, publicado na revista científica Physical Review Letters, para medições com 10^-19 segundo nos relógios atômicos, a unidade de tempo universal não poderia ser menor do que 10^-33 segundo, como se imaginava antes com a teoria do tempo de Planck (10^-44 segundo). Sendo assim, fica mais fácil saber quais relógios atômicos estão funcionando corretamente.

Por ora, esta é a menor unidade de tempo comprovadamente calculada. Ainda assim, períodos menores podem existir, só não faz sentido estudá-los no momento, visto que nem a mecânica quântica nem a relatividade são capazes de explicar o que acontece em escalas tão baixas. No mundo abstrato da física, a menor unidade de tempo absoluta poderia ser ainda 100 bilhões de vezes menor.

 

Via: Futurism/Live Science