No domingo passado (8), uma cápsula SpaceX Dragon atracou na Estação Espacial Internacional, transportando quase três toneladas de carga. A próxima missão para o reabastecimento da ISS está agendada pela SpaceX para março do próximo ano e, embora essa viagem não inclua nenhum camundongo super forte, ela transportará algo igualmente único: maconha.

Na terça-feira (10), a empresa agro-tecnológica, Front Range Biosciences, anunciou planos de enviar a planta Cannabis sativa para a ISS. Mas não será a maconha espacial que deixará os astronautas chapados. Em vez disso, o projeto enviará culturas de plantas de cânhamo, a variedade legal da maconha, que contém baixos níveis do composto THC.

As plantas permanecerão em uma incubadora da ISS por um mês, enquanto a BioServe Space Tecnologies (parceira do projeto Front Range) as monitora remotamente da Terra, na Universidade do Colorado, em Boulder. No total, serão lançadas mais de 480 culturas de células vegetais em uma incubadora.

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Após passarem 30 dias no espaço, as culturas de maconha voltam para o planeta, para que a Front Range possa analisar qual efeito, se de fato houver, a microgravidade e a radiação espacial teve em sua expressão genética. O mesmo será testado também com culturas de café.

O cânhamo tem utilidades têxteis, alimentícias e serve para a sucção de metais pesados no solo. Ele também contém grandes quantidades de CBD, uma molécula derivada da maconha que parece ter inúmeras propriedades medicinais, como tratamento de epilepsia, ansiedade e dor, embora as evidências ainda não sejam sólidas. De qualquer forma, é uma planta versátil que pode ter muitas aplicações no espaço.

Por mais que esse possa ser um dos primeiros passos para a produção de maconha ou café interestelar, a empresa alega que também pode ter aplicações terrestres. Pode ajudar a projetar culturas mais resilientes para locais muito atingidos pelas mudanças climáticas, por exemplo.

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Embora esse experimento com cânhamo e café seja único, não é a primeira vez que a cannabis é enviada para fora do planeta. Em junho de 2013, o Seed Hub e o High Times usaram um balão meteorológico para enviar uma pequena planta de maconha e 95 sementes a quase 32 quilômetros do chão. Naquele mesmo ano, Dale Chamberlain, um ex-botânico da Nasa que ajudou a construir caixas de plantas para gravidade zero, sugeriu que as sementes de maconha já haviam sido contrabandeadas para a ISS antes.

Além disso, no início deste ano, a Space Tango enviou sementes de cânhamo para a ISS através de um foguete da SpaceX, as devolveu à Terra e passou a cultivá-las. Seus resultados ainda não foram publicados.

Mesmo que essa não seja a primeira vez, também não será a última. A Front Range planeja executar muitas experiências como essa.

Via: Vice