Sonda reenvia dados a quase 20 bilhões de quilômetros da Terra

Em modo de segurança há duas semanas, quando falhou ao realizar uma manobra, a sonda Voyager 2 voltou a se comunicar com os pesquisadores da Nasa, que agora avaliam as condições dos equipamentos
Renato Mota10/02/2020 15h21

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Depois de uma pane que sobrecarregou seus sistemas de alimentação de energia, a sonda espacial Voyager 2 voltou a funcionar e enviar dados coletados do espaço interestelar, a 18,5 bilhões de quilômetros da Terra.

A Nasa comunicou que os instrumentos científicos da sonda, que haviam sido desligados quando ela entrou em modo de proteção há duas semanas, foram reativados. “Os operadores de missão relatam que a Voyager 2 continua estável e que as comunicações entre a Terra e a espaçonave são boas. A sonda retomou a coleta de dados científicos, e as equipes estão avaliando a saúde dos instrumentos após seu breve desligamento”, afirma o relatório.

Reprodução

A sonda, lançada em 1977, não executou uma manobra programada na qual faria um giro de 360 graus para calibrar seu magnetômetro interno. Inadvertidamente, isso deixou dois sistemas que tem alto consumo de energia ligados ao mesmo tempo, drenando corrente em excesso. Isso fez com que um sistema de proteção fosse ativado, e a espaçonave desligou seus instrumentos científicos.

Devido à distância entre a Voyager 2 e a Terra, foram necessários vários dias para que o problema fosse diagnosticado e corrigido. Atualmente são necessárias 34 horas para completar um único comando na Voyager 2: 17 horas para enviá-lo e mais 17 horas para ouvir a resposta.

A fonte de energia da Voyager 2 é um gerador termoelétrico nuclear (RTG), cuja capacidade de produção de energia se degrada com o tempo. Suas fontes de alimentação dependem da deterioração das esferas de óxido de plutônio radioativo densamente compactadas, que no momento do lançamento eram capazes de fornecer 470 W de energia constantes.

Esse número vem caindo lentamente ao longo do tempo à medida que o combustível se deteriora. Com uma meia-vida de 87,7 anos, a Voyager 2 está perdendo cerca de 4 W por ano no momento. Em meados de 2019, a energia caiu para cerca de 280 W, e a Nasa decidiu desligar um dos aquecedores de bordo, projetado para manter seu instrumento de subsistema de raios cósmicos dentro de suas condições operacionais ideais.

Surpreendentemente, esse sistema continuou a funcionar apesar de ter caído a temperaturas bem abaixo do que foi testado e, apesar da redução de energia disponível, a Voyager ainda está enviando dados de cinco instrumentos – indo muito além da expectativa original. Em algum momento no futuro, a sonda não terá mais energia suficiente para aquecer suas próprias linhas de combustível e perderá a capacidade de apontar sua antena de volta para a Terra, e será considerada “morta”.

Via: Nasa

Editor(a)

Renato Mota é editor(a) no Olhar Digital