Depois de orbitá-lo por quase dois anos, a espaçonave OSIRIS-REx finalmente pousará no asteroide Bennu nesta terça-feira (20). O evento marca um grande passo para a Nasa, e será transmitido ao vivo pela agência espacial a partir das 18h (horário de Brasília), com aterrissagem prevista para ocorrer por volta das 19h. 

Em termos de comparação, a OSIRIS-REx pousando em Bennu é como uma van chegando ao edifício Empire State Building, em Nova York. É dessa forma que a Nasa descreve as dimensões dos protagonistas do evento desta terça.

O pouso no corpo celeste tem o objetivo de coletar materiais rochosos e trazê-los à Terra para estudos, o que não é uma tarefa simples.

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Bennu tem superfície rochosa e cheia de pedregulhos; local marcado em “X” é onde OSIRIS-REx deve pousar. Imagem: Nasa 

Primeiro, porque conduzir esta experiência em um corpo tão pequeno e distante é um desafio, por mais que a espaçonave conte com um sistema avançado de navegação; segundo, porque a superfície de Bennu é repleta de rochas e pedregulhos, ou seja, pouco convidativa para aterrissagem. 

A sonda terá de contornar pedras do tamanho de um prédio ao redor da área de pouso, e então aterrissar em um local escolhido a dedo, que tem o tamanho aproximado de algumas vagas de estacionamento – um espaço relativamente limpo dentro de uma cratera chamada Nightingale.

A descida até a superfície do asteroide levará cerca de quatro horas, mas o procedimento de coleta de amostras não deve durar mais que alguns segundos. Daí vem o nome da estratégia utilizada: touch-and-go (TAG), algo como “tocar e partir”, em tradução livre. 

Se bem-sucedida, a missão ocupará um lugar muito importante na história da Nasa e da própria exploração do espaço. 

Como assistir? 

Tendo em vista todos esses desafios, é de se esperar que o pouso em Bennu seja emocionante. Felizmente, será possível acompanhá-lo aqui da Terra pelo site, Twitter e YouTube oficiais da Nasa. De qualquer forma, basta ficar de olho no player abaixo, que deve abrigar a transmissão assim que ela começar.

Cápsula do tempo

De acordo com a agência espacial americana, o asteroide Bennu contém material do início do Sistema Solar, e pode representar uma verdadeira “cápsula do tempo” para compreender os precursores moleculares da vida e dos oceanos da Terra.

Mais cedo, este mês, cientistas encontraram “veios de carbonato” na superfície do corpo celeste. Isso significa que rios antigos provavelmente fizeram parte do asteroide em algum momento, o que o torna ainda mais intrigante.

O principal atrativo de Bennu, no entanto, é que sua história remonta ao início da formação de nossa vizinhança cósmica, antes mesmo da formação do Sol. Acredita-se, inclusive, que ele já tenha sido um grande protoplaneta antes de colidir com outro asteroide. 

Dessa forma, o material coletado por lá deve conter evidências de como era o Sistema Solar em seu início, quando a atividade dos corpos celestes era caótica e a vida ainda estava longe de existir. 

Via: CNet