Pequena e ‘azul’: saiba tudo sobre a Lua Cheia deste dia das bruxas

Lua cheia não será o único destaque no céu. Teremos também uma chuva de meteoros e uma bela aparição do planeta Urano
Rafael Rigues26/10/2020 18h34, atualizada em 30/10/2020 17h05

20201030020610

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Neste fim de semana teremos três bons motivos para olhar para o céu: uma Lua “azul”, o início de uma nova chuva de meteoros e a melhor aparição do planeta Urano no céu neste ano. Todos são fenômenos fáceis de observar, que podem ser apreciados desde que você tenha céu limpo e um simples binóculo.

Pequena e ‘azul’

Vamos começar pela Lua Azul, que vai acontecer neste sábado (31), dia das bruxas na tradição norte-americana. Infelizmente ela não vai ficar azulada: o nome é dado à segunda Lua cheia de um mês, independente de cor. Como o ciclo lunar tem aproximadamente 29 dias, a cada dois anos e meio um mês tem duas Luas cheias.

A última foi a “Superlua Azul de Sangue” de janeiro de 2018. Ela foi uma combinação de fenômenos: Super porque era uma “superlua”, nome dado à Lua cheia no momento em que está no ponto de sua órbita mais próxima da Terra. E foi azul porque era a segunda Lua cheia do mês.

Já o “de sangue” porque ocorreu durante um eclipse lunar total, quando a Terra está entre o Sol e a Lua, impedindo que a superfície lunar seja iluminada diretamente. Nesse momento ela assume uma cor avermelhada devido ao pouco de luz que é filtrada por nossa atmosfera e elimina o azul, cor do nosso céu. As frequências restantes, vermelha, laranja ou amarela, são refletidas na Lua e lhe dão uma cor peculiar.

Curiosamente, a Lua Azul deste dia das bruxas também e uma “minilua” ou “microlua”, nome dado a uma Lua Cheia que ocorre quando ela está no ponto de sua órbita mais distante da Terra, o que faz com que pareça menor que o normal no céu.

É o oposto das “superluas” das quais já falamos várias vezes aqui no Olhar Digital. Entretanto, é dificil notar a diferença a olho nu, a não se que você seja um observador habitual da Lua.

Meteoros Taurídeos

Nesta semana também já está acontecendo a chuva do meteoros taurídeos, que tem esse nome pois parecem emanar da constelação de Touro. Ela começou na última terça-feira (20), mas ainda estamos longe do “pico” do fenômeno, o momento de maior intensidade, que acontecerá em 12 de novembro. Mesmo assim, se você estiver em um local com céu limpo, pouca poluição luminosa e um pouco de sorte, poderá ver alguns meteoros antes mesmo desta data.

Considerando um observador em Brasília, a constelação de Touro aparecerá no horizonte a partir das 19h, entre o oeste e o noroeste. Mas sua melhor chance de observar algo é por volta da 01h00, quando ela estará no ponto mais alto do céu.

Reprodução

Uma chuva de meteoros registrada em uma foto de longa exposição. Foto: Fernando Rodrigues em Unsplash

Entretanto, esteja ciente de que os Taurídeos são uma chuva de meteoros de baixa intensidade. Segundo o site In the Sky, um observador em um local com céu limpo e escuro (sem poluiçao luminosa e durante a Lua Nova, por exemplo) pode esperar ver de três a cinco meteoros por hora.

Urano em oposição

Além da Lua Azul, este sábado tem outro fenômeno: o planeta Urano estará em oposição, ou seja, diretamente oposto ao Sol. Isso fará com que ele fique excepcionalmente brilhante, e muito mais fácil de observar.

Ao contrário da Lua Azul e dos meteoros Taurídeos, para ver Urano você vai precisar de um equipamento “altamente especializado”: um binóculo. Sim, só isso. Considerando um observador em Brasília, o planeta será visivel a partir das 19:45, e atingirá seu ponto mais alto no céu às 23:54. Procure um pontinho azul-esverdeado próximo à Lua, a noroeste.

Reprodução

Imagem de Urano capturada pela sonda Voyager 2. Foto: Nasa/JPL-Caltech

Como se orientar

Para facilitar a orientação e saber em que direção olhar, é importante identificar os principais pontos cardeais. Para isso, você pode usar um velho truque por meio de uma bússola ou app de astronomia em seu celular.

O velho truque é baseado numa frase que você deve ter aprendido na escola: “o sol nasce a leste e se põe a oeste”. Fique em pé e estique os braços, com o direito apontando para o nascente, e o esquerdo para o poente. Então você terá o leste à direita, o norte à frente, o oeste à esquerda e sul atrás de você.

Quanto às bússolas, quem usa um iPhone não precisa de um app extra: basta usar o “Bússola”, que é parte do iOS. Para Android minha recomendação é o “Apenas uma bússola”, da PixelProse SARL, que é bonito, simples, gratuito e, mais importante, sem anúncios.

Reprodução

O SkySafari usa bússola e GPS para identificar as estrelas para as quais o celular está apontando. Imagem: Simulation Curriculum

Outra opção é usar um app de astronomia, que usa a bússola do celular junto com sua localização obtida via GPS identificar o que você está apontando ou indicar para onde olhar. Uma boa opção é o Sky Safari, da Simulation Curriculum Corp, que está disponível em versões para Android e iOS e pode ser usado gratuitamente.

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital