Pentágono trabalha em pequena estação espacial experimental

Acordo assinado com a Sierra Nevada Corporation indica que o Departamento de Defesa quer transformar uma nave espacial de carga em uma espécie de morada para astronautas
Luiz Nogueira17/07/2020 20h34, atualizada em 17/07/2020 20h40

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O Pentágono assinou silenciosamente um contrato com a Sierra Nevada Corporation para transformar uma nave espacial de carga, chamada de Shooting Star, em uma pequena estação espacial experimental. As informações são do The Drive.

A empresa desenvolve a nave desde 2016 e tinha como objetivo principal utilizá-la para reabastecer a Estação Espacial Internacional no programa de Serviços de Reabastecimento Comercial da Nasa. O projeto mede quase 5 quilômetros de comprimento e foi criado para transportar carga. Além disso, possui duas matrizes de painéis solares capazes de gerar seis quilowatts de energia a bordo e é consegue manobrar independentemente no espaço usando seis propulsores.

Com essas características, a companhia quer criar uma pequena estação espacial destinada a “montagem espacial, microgravidade, experimentação, logística, fabricação, treinamento, teste e avaliação. Estamos empolgados com a natureza da Shooting Star. As possíveis aplicações da nave são realmente infinitas”, disse Fatih Ozmen, CEO da Sierra Nevada Corporation, em comunicado.

“Estamos orgulhosos de oferecer nosso veículo de transporte ao Departamento de Defesa para experimentação e testes, expandindo além dos recursos atuais de carga útil”, disse Steve Lindsey, vice-presidente da Sierra Nevada Corporation.

Embora os testes previstos para a Shooting Star não sejam tripulados, o The Drive sugere que o Pentágono está interessado em seguir com a ideia de criar um local em que astronautas possam morar enquanto estiverem explorando o espaço.

Avanços da Estação Espacial Internacional

Enquanto o Pentágono trabalha em maneiras de explorar o espaço, há avanços feitos dentro da Estação Espacial Internacional (ISS). Oleg Kononenko, cosmonauta russo, contruiu a primeira cartilagem humana no espaço.

Utilizando técnicas de magnetismo, foi possível produzir o material sem o uso dos chamados andaimes físicos de tecido. Equipamentos do tipo já existem na Terra, mas dependem de gravidade e estruturas que garantem a união das células da cartilagem. A parte inteligente do novo processo é usar o magnetismo como substituto da gravidade.

Com a ajuda do sistema, os efeitos da microgravidade e aceleração podem ser neutralizados, e objetos – como as células dessas cartilagens – podem ser mantidas no lugar, prontos para a montagem do componente humano.

Antes dos experimentos a bordo da ISS, cientistas desenvolveram modelos matemáticos e simulações em computador para investigar a viabilidade do processo, observando como a microgravidade poderia afetar a maneira como as células são montadas.

Via: Futurism

Luiz Nogueira
Editor(a)

Luiz Nogueira é editor(a) no Olhar Digital