Pesquisadores estão desenvolvendo um novo método de imagem para detectar câncer metastático no fígado. Descrito como um potencial “divisor de águas” para o campo do diagnóstico da doença, os estudiosos acreditam que o método poderia ser aplicado a vários outros tipos de câncer, oferecendo uma maneira totalmente nova de detectar a metástase do câncer em seus estágios iniciais.

A pesquisa se concentrou em um receptor específico, chamado de quimiocina 4 (CXCR4), que anteriormente apresentava superexposição em certos órgãos quando na presença de um câncer metastático. O caso estudado era de uma forma comum de câncer ocular, que é conhecida por se mover para o fígado em seus estágios iniciais de metástase. Essa via metastática é de difícil diagnóstico e geralmente é detectada apenas no fígado, já em estágio avançado.

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O novo estudo, publicado na revista Science Advances, descreve o desenvolvimento de um novo agente de contraste para ressonância magnética que combina o gadolínio (substância usada para aprimorar a imagem durante o exame) com uma nova proteína projetada para se ligar aos receptores CXCR4.

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“Atualmente, é difícil observar estágios iniciais da doença no fígado, mesmo na biópsia invasiva”, explica Jenny Yang, autora do estudo. “Os testes de diagnóstico usando esse agente de contraste podem não apenas identificar a presença da doença, mas também diferenciar os estágios da doença com alta sensibilidade e precisão. Essa é a beleza deste trabalho”, conclui.

Por enquanto, a pesquisa só foi validada em estudos com células de laboratório e testes em animais, mas os testes em humanos devem começar nos próximos dois anos. A natureza promissora da inovação foi rotulada com uma designação rápida da Food and Drug Administration (FDA) dos EUA, a qual reconhece a importância clínica da descoberta.

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Embora o desenvolvimento e os testes iniciais tenham se concentrado em um tipo específico de câncer metastático encontrado no fígado, Yang está confiante de que esse novo agente de imagem será aplicável a várias outras formas de câncer, devido ao fato de o CXCR4 ser superexpresso em uma variedade de tumores, como os de pele, mama e colorretal.

“Esta é uma virada de jogo. Tem a possibilidade de ter muito mais aplicações, realmente para qualquer tipo de câncer”, afirma Yang. “Nós já o estamos aplicando a dez tipos diferentes de câncer no laboratório. Temos usado os mesmos agentes de contraste há 30 anos, com poucas descobertas. Eu acho que essa é minha maior contribuição científica. E espero que haja muito mais por vir”.

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Via: New Atlas