Leis da física podem não existir no ‘limite’ do Universo

Pesquisadores australianos fizeram observações a partir de medições de luz emitidas a quase 13 bilhões de anos-luz
Luiz Nogueira27/04/2020 20h28, atualizada em 27/04/2020 21h18

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Um controverso novo estudo, publicado na revista Science Advances, sugere o que o Universo pode ser um pouco diferente do que se pensa, pelo menos na questão das leis que o regem.

Cientistas da Universidade de New South Wales – na Austrália – descobriram, a partir de medições de luz emitidas a quase 13 bilhões de anos-luz, o que parecem ser discrepâncias no que é chamado de constante de estrutura fina – nome dado a um número que se acredita permanecer imutável e descreve como as partículas subatômicas interagem umas com as outras. A afirmação, bastante ousada, se provada, mudaria fundamentalmente nossa compreensão do Universo.

A constante da estrutura fina descreve, essencialmente, a força que influencia as partículas subatômicas com carga elétrica – semelhante à maneira com que os prótons e elétrons são atraídos um para o outro dentro de um átomo.

Reprodução

A descoberta da alteração do número foi feita após a análise de quasares – corpos celestes maciços emitindo energia excepcionalmente alta, e que estão localizados no que é conhecido como “fim do universo” – usando alguns dos telescópios mais poderosos do mundo. No entanto, o fenômeno foi observado apenas quando se olhavam em certas direções, o que significa que as leis da física podem não se manter constantes nas “bordas” do Universo.

Como está agora, nossos modelos para o Universo assumem que ele se expande em todas as direções, como uma bolha cada vez maior de galáxias e outros elementos estelares. Se este novo estudo estiver correto, no entanto, ele apresenta o universo como uma estrutura dipolar, não muito diferente dos polos norte e sul de um ímã.

Até mesmo um dos principais envolvidos na pesquisa, o físico John Webb, afirma que descoberta é tão ousada que não está convencido de que ela se confirma. No entanto, ele defende que vale a pena explorar a ideia em medições futuras.

Via: Futurism

Luiz Nogueira
Editor(a)

Luiz Nogueira é editor(a) no Olhar Digital