A única razão aparente pela qual os seres humanos sabem sobre a existência da consciência (o fenômeno de ter sentimentos e experiências subjetivas) é porque, de fato, temos experiências e sentimentos. Mas, apesar de séculos de estudo, os cientistas ainda não fizeram avanços no entendimento desse fenômeno.
No entanto, um livro, publicado recentemente pelo filósofo Philip Goff, professor da Universidade Durham, na Inglaterra, apresenta profundamente uma teoria milenar que poderia ajudar a explicar a consciência – atribuindo-a a todas as formas da matéria, incluindo elétrons e quarks.
A teoria é chamada panpsiquismo, e a Scientific American publicou, nesta terça-feira (14), uma entrevista provocativa com Goff, para explorar as principais reivindicações de seu livro. “O compromisso básico é que os constituintes fundamentais da realidade – talvez elétrons e quarks – tenham formas incrivelmente simples de experiência”, afirmou Goff à revista.
Segundo o professor, o panpsiquismo define consciência não como uma capacidade de refletir sobre a própria existência, mas como a capacidade de experimentar o mundo de alguma maneira – sentir dor ou prazer, ouvir sons e ver paisagens.
Embora seja claro que pelo menos alguns animais são conscientes nessa definição – sabemos que cães podem ver e que gatos têm prazer em derrubar nossas coisas, por exemplo -, o consenso parece ser que, à medida que as formas de vida se tornam cada vez mais simples, elas se tornam menos conscientes até que, em algum momento, elas simplesmente não sejam mais.
“Mas é pelo menos coerente supor que esse continuum de consciência desaparecendo, sem nunca se desligar completamente, se transforme em matéria inorgânica, com partículas fundamentais tendo formas de experiência quase inimaginavelmente simples para refletir sua natureza incrivelmente simples”, disse Goff. É nisso que os panpsicistas acreditam.
A crença de que a consciência é, de alguma forma, algo que nosso cérebro faz, significa que também é algo que os neurocientistas devem ser capazes de descobrir – mas isso ainda está longe de ser realidade.
Se definirmos a consciência como uma qualidade não observável possuída por todas as formas de matéria, contudo, como sugere o panpsiquismo, poderíamos emergir com uma teoria unificada da consciência construída, não apenas na ciência, mas em uma combinação de ciência e filosofia.
Via: Futurism