Falta de gravidade pode causar envelhecimento precoce do coração

Um estudo aponta que a tolerância ao exercício de um astronauta que passa longos períodos no espaço é comparável à de uma pessoa não treinada com um estilo de vida sedentário
Renato Mota08/10/2020 21h31

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Nosso corpo não foi feito para sobreviver no espaço. Desde quando os primeiros astronautas começaram a se aventurar fora da Terra, cientistas pesquisam os efeitos da falta de gravidade no organismo. Perda de densidade nos ossos, problemas de circulação, achatamento do globo ocular, atrofia muscular e hipertensão craniana são alguns dos mais comuns.

Uma nova pesquisa descobriu que o voo espacial também reduz a tolerância ao exercício e envelhece o coração dos astronautas de maneira mais rápida. O estudo foi publicado recentemente na revista científica Nature Microgravity, e conduzido por cientistas do Instituto Politécnico de Turim, na Itália.

O estudo é baseado em um modelo matemático que permitiu analisar algumas das características dos voos espaciais que influenciam na adaptação do sistema cardiovascular a um ambiente menos exigente. A microgravidade induz uma degradação no condicionamento cardiovascular semelhante ao envelhecimento acelerado, segundo os pesquisadores.

Nasa/Divulgação

Luca Parmitano, da Agência Espacial Europeia, faz exercícios em uma esteira projetada para permitir que os astronautas corram sem vibrar delicados experimentos científicos de microgravidade nos laboratórios da Estação Espacial Internacional. Imagem: Nasa/Divulgação

“As descobertas são úteis para projetar futuros voos espaciais de longo prazo, individualizar contramedidas ideais e compreender o estado de saúde dos astronautas no momento da restauração da gravidade parcial – por exemplo, um pouso na Lua ou em Marte”, afirma Stefania Scarsoglio, coautora do estudo.

Os cientistas compararam a resposta cardiovascular em condições de microgravidade com o que ocorre na Terra, levando em conta vários parâmetros hemodinâmicos – como trabalho cardíaco, consumo de oxigênio e índices de contratilidade, além da pressão arterial. Todos esses índices foram reduzidos.

A tolerância ao exercício de um viajante espacial foi considerada comparável à de uma pessoa não treinada com um estilo de vida sedentário. A nível celular, os pesquisadores ainda observaram alterações significativas no aporte médio de nutrientes.

Via: Futurism

Editor(a)

Renato Mota é editor(a) no Olhar Digital