Estrela gigante Betelgeuse reduz seu brilho novamente

Fenômeno ocorre quando a estrela deveria estar atingindo seu brilho máximo; cientistas ainda não sabem o motivo
Rafael Rigues18/08/2020 14h10

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Uma estrela relativamente próxima de nós está novamente agindo de forma estranha e intrigando os cientistas. Localizada a 700 anos-luz de nós, na constelação de Orion, Betelgeuse é uma estrela “supergigante vermelha”, com cerca de 10 a 25 vezes a massa do Sol e mil vezes maior.

Em termos astronômicos ela está com o “pé na cova”, pois já consumiu todo o seu hidrogênio, o principal combustível estelar, e agora está fundindo hélio. Este é um dos primeiros passos para a morte da estrela, em uma espetacular e gigantesca explosão conhecida como supernova.

Entre setembro de 2019 e fevereiro deste ano uma queda súbita em seu brilho agitou os astrônomos, que cogitaram isto poderia ser indício de uma supernova iminente. Posteriormente os cientistas determinaram que manchas magnéticas em sua superfície, conhecidas como “manchas solares“, poderiam ter sido a causa do fenômeno.

Betelgeuse é uma estrela variável, ou seja, cujo brilho varia de acordo com ciclos semi-regulares. A redução no brilho no ano passado intrigou os cientistas por estar “fora do cronograma”. Seu próximo período de brilho máximo deveria ocorrer neste mês, e ele deveria estar aumentando gradativamente desde o começo do ano.

Entretanto, segundo observações feitas com o observatório espacial Solar and Terrestrial Relations Observatory (STEREO), o brilho de Betelgeuse diminuiu recentemente.

“Em vez de aumentar ou estabilizar, o brilho de Betelgeuse diminuiu 0,5 graus entre meados de maio e meados de julho”, diz uma equipe de cientistas liderada por Andrea Dupre, do Harvard Smithsonian Center for Astrophysics, nos EUA

Os cientistas ainda não sabem se novamente as manchas solares são a causa, ou se algo mais está afetando o comportamento da estrela. Tecnicamente isto poderia, como antes, ser indício de uma supernova, mas segundo os astrônomos observações mais recentes e detalhadas indicam que o fenômeno ainda deve levar “dezenas de milhares de anos” para acontecer.

Por isso, os cientistas continuarão com os olhos no céu. “Será importante continuar a observar Betelgeuse detalhadamente durante 2020/21”, dizem.

Fonte: Science Alert

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital