Estrela da Constelação de Orion pode estar prestes a explodir

De acordo com observações recentes, a gigante vermelha apresenta seu período de menor luminosidade, o que pode significar que ela está prestes a se tornar uma supernova e explodir
Luiz Nogueira27/12/2019 15h12, atualizada em 27/12/2019 15h53

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A Constelação de Orion é um dos padrões mais reconhecíveis no céu noturno, visível em todo o mundo. Entretanto, algumas mudanças recentes chamaram a atenção de quem observou a constelação: a estrela vermelha “Betelgeuse” está mais escura que o normal.

Normalmente, “Betelgeuse” está entre as dez estrelas mais brilhantes do céu. No entanto, a gigante vermelha começou a escurecer em outubro e, em meados de dezembro, ela quase desapareceu.
O fenômeno de escurecer não é tão estranho para uma estrela como essa. Ele é conhecido como estrela variável, e suas mudanças de brilho são estudadas de perto há décadas.

No entanto, é incomum que um dos pontos de luz mais proeminentes do céu desapareça tão visivelmente, levando os cientistas a considerar a possibilidade de que algo possa acontecer: Betelgeuse pode se tornar uma supernova, explodir e morrer.

“A maior questão agora é quando ela explodirá em uma supernova”, disse Sarafina Nance, da Berkeley University, que estuda “Betelgeuse” e explosões estelares. “Acho que não vai ocorrer tão cedo, mas estou animada para que aconteça”, completou.

Mesmo estando relativamente perto da Terra astronomicamente falando, cerca de 600 anos-luz, se “Betelgeuse” explodir, não vai afetar a vida por aqui. Os astrônomos calculam que levará cerca de seis milhões de anos para que a onda de choque e quaisquer detritos frios e difusos cheguem ao Sistema Solar.

Ainda não se sabe se essa diminuição de brilho está diretamente ligada à morte da estrela, por esse motivo o comportamento apresentado intriga os cientistas. Há apenas a suspeita de que a diminuição do brilho pressagia a morte.

Comportamento normal

Betelgeuse é classificada como uma estrela variável semi-regular, o que significa que seu brilho muda de tempos em tempos. Milênios atrás, aborígenes australianos observaram a luminosidade da estrela pela primeira vez, e o astrônomo britânico John Herschel registrou o fenômeno em 1836.

Mais recentemente, a Associação Americana de Observadores de Estrelas Variáveis tem compilado observações de “Betelgeuse”. Décadas de dados mostram que a estrela brilha e escurece em ciclos, com um período notável ocorrendo a cada seis anos.

Entretanto, após analisar diversas observações anteriores, os cientistas concluíram que esse é o período mais sombrio da estrela até então. Por esse motivo a ideia de que ela está morrendo ganha força.

Tempo para a explosão

Caso a estrela exploda, isso não deve ocorrer dentro dos próximos milhões de anos. Outra hipótese aponta que ela talvez já tenha explodido, mas ainda não vimos acontecer.

Isso porque a luz dessa estrela leva cerca de 600 anos para nos alcançar, o que significa que podemos estar observando a estrela como ela era há 600 anos. Se vermos ela explodir em breve, isso significa que a estrela explodiu em algum momento durante a Idade Média.

De qualquer forma, os cientistas estão animados com a possibilidade de testemunhar a explosão de uma estrela tão próxima – dadas às devidas proporções – do Sistema Solar.

Via: National Geographic

Luiz Nogueira
Editor(a)

Luiz Nogueira é editor(a) no Olhar Digital