‘Bengala doce cósmica’ pode explicar a formação de estrelas

Fenômeno foi descoberto no centro da Via Láctea
Redação19/12/2019 12h11, atualizada em 19/12/2019 12h40

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Uma nova foto da Via Láctea foi divulgada por cientistas da Nasa nesta quinta-feira (19), revelando uma imagem fantástica. O “bastão de doces cósmico”, como foi chamado, contém as matérias-primas para dezenas de milhões de estrelas.

A imagem mostra a zona central da galáxia, lugar onde há a maior e mais densa coleção de nuvens moleculares gigantes da Via Láctea. Essas nuvens são enormes e com temperatura gelada, com poeira e gás denso suficiente para criar dezenas de milhões de estrelas como o Sol, de acordo com a Nasa. No centro da imagem está o chamado “bastão de doces” facilmente identificável. Ele abrange 190 anos-luz e é um conjunto de longos e finos fios de gás ionizado chamado de filamentos. Segundo a agência espacial, esses fios emitem ondas de rádio.

É possível ver reflexos de vermelho, amarelo e turquesa, arcos de azul e verde e pontos fracos de luz na imagem. Foi utilizada uma câmera “Goddard-IRAM Superconducting 2-Millimeter Observer” (GISMO) da Nasa, junto com um radiotelescópio de 30 metros. “Estamos muito intrigados com a beleza da imagem. É bastante exótica”, disse Johannes Staguhn, da Universidade de Hopkins, líder de um artigo que descreveu a imagem. “Quando você olha para isso, sente como se estivesse olhando para algumas forças realmente especiais da natureza no universo”.

Staguhn ainda acrescentou que há uma boa chance de que uma parte significativa da formação de estrelas durante a infância do universo não seja detectável pelas ferramentas atualmente utilizadas, mas que “o GISMO poderá ajudar a detectar o que antes era inobservável”.

A imagem colorida também identificou diversas características inportantes, como pontos de referência em um mapa. Há um ponto que foi chamado de “Foice”, que está associado à formação de estrelas. Há o “Sagitário A”, uma região vermelho-amarela, extremamente brilhante, a cerca de 27 mil anos-luz da Terra. E também o “Radio Arc”, uma curva vermelha brilhante que atravessa a foice e forma a “parte reta do bastão de doces cósmico”.

A localização e as formas dos filamentos também oferecem pistas sobre a história da galáxia. Alguns deles estão nas bordas de uma “bolha” que foi soprada por “algum evento poderoso no centro da Via Láctea”, localizado em Sagitário A, região que também abriga o buraco negro supermassivo da galáxia.

De acordo com outro estudo publicado no início da semana, uma explosão gigante de formação de estrelas causou mais de 100 mil explosões de supernovas nesta zona centra da Via Láctea durante seus primeiros anos. Anteriormente, os astrônomos acreditavam que a formação das estrelas era contínua na região ao longo da história. Porém, novos dados revelam que, no início da galáxia, 80% de suas estrelas foram formadas na região central.

“Essa explosão de atividade, que deve ter resultado na explosão de mais de 100 mil supernovas, foi provavelmente um dos eventos mais energéticos de toda a história da galáxia”, afirmou Francisco Nogueras-Lara, autor do estudo.

Via: CNN

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital