No início do ano, um equipe de cientistas encontrou um sinal de onda gravitacional da colisão de duas estrelas. O sistema, com massa combinada dos dois astros sendo a maior já observada, ficou sem explicação de como ocorreu sua formação. Agora, astrofísicos do Centro de Excelência da ARC para Descoberta de Ondas Gravitacionais (OzGrav) afirmam ter encontrado a resposta.
“Propomos que o GW190425 se formou através de um processo chamado transferência instável de massa BB”, explicou Isobel Romero-Shaw, da Universidade Monash. Nesse processo, uma estrela de nêutrons possui um parceiro estelar, uma estrela de hélio com núcleo de carbono e oxigênio. Se a parte de hélio expandir o suficiente para envolver a estrela de nêutrons, uma nuvem de hélio aproxima o binário antes de se dissipar. Então, o núcleo de carbono e oxigênio explode em uma supernova e se colapsa em uma estrela de nêutrons.
Modelo 3D de uma supernova/Foto: Ken Chen/NERSC
Essas estrelas formadas são significamente mais massivas que as observadas através de ondas de rádio e se fundem rapidamente após a explosão da supernova, impossibilitando que sejam capturadas em pesquisas de radioastronomia. “Nosso estudo aponta que o processo de transferência instável de massa BB poderia ser como o sistema estelar maciço se formou”, afirmou Romero-Shaw.
Além disso, os pesquisadores do OzGrav usaram uma nova técnica para medir a excentricidade do binário. Essa é a medida que mostra quando a forma orbital do sistema se desvia de um círculo. Suas descobertas foram consistentes com a transferência instável de massa BB.
Portanto, os pesquisadores acreditam que encontraram a explicação para a formação de sistemas estelares binários massivos. Com a descoberta, novas formações podem ser descobertas, já que agora os cientistas sabem o que procurar.
Via: Phys