Descobrir a idade aproximada dos planetas e outros componentes do Sistema Solar é fundamental para entender a formação do sistema e da Terra. Agora, Samuel W. Bell, cientista do Planetary Science Institute, no Arizona, está trabalhando em uma nova cronologia para a formação do sistema de Saturno.
Segundo ele, essa mudança deve ser feita porque o modelo atual faz com que a idade das luas do planeta sejam superestimadas. “A maioria dos estudos que datam superfícies na Lua ou Marte contam com a contagem de quantas crateras de impacto se formaram e com o conhecimento da taxa das crateras, mas nas luas de Saturno, não sabemos essa taxa”, afirmou.
“Cronologias anteriores do sistema de Saturno presumiram que as crateras nas suas luas vieram todas de objetos orbitando o Sol”, contou Bell. Porem, se isso tivesse acontecido, “a taxa relativa de crateras seria muito, muito maior quanto mais perto as luas estão de Saturno”. Se isso fosse verdade, seria uma enorme coincidência que as luas mais antigas, como Mimas, Tétis, Dione, Reia e Jápeto, tivessem idade variando exatamente o necessário para produzir densidade de crateras tão semelhantes, segundo Bell.
“Como resultado, parece muito provável que os impactadores, na verdade, sejam objetos orbitando o próprio Saturno”, acrescentou o cientista. “Há muitas implicações importantes dessa nova cronologia”, afirmou. Como exemplo, Bell cita Titã. Segundo a teoria atual, ela, assim como todas as demais luas do planeta, não poderiam ter menos de 4 bilhões de anos. Apesar disso, as observações de lagos, leitos de rios, dunas e montanhas apontam que Titã é muito mais jovem do que isso.
Com nova cronologia, Titão pode ser muito mais nova do que o imaginado. Foto: Nasa
“Com a nova cronologia, podemos quantificar com muito mais precisão o que sabemos e o que não sabemos sobre a idade das luas e suas características. A história em grande escala do sistema de Saturno ainda esconde muitos mistérios, mas está começando a entrar em foco”, finalizou Bell.
Via: Phys