A Lua é a grande protagonista do calendário astronômico de junho. O satélite terrestre formará pelo menos três conjunções com planetas, incluindo aproximações com Vênus, Marte, Júpiter e Saturno. O início do mês ainda será marcado por um eclipse lunar penumbral, no entanto, o evento não pode ser observado em território brasileiro.

Em relação a missões espaciais, a SpaceX, do bilionário Elon Musk, deve enviar novos satélites para integar o sistema de GPS norte-americano, enquanto a China planeja aprimorar sua infraestrutura orbital de observação da Terra.

Veja a seguir a lista do Olhar Digital com os principais fenômenos do mês. Vale lembrar que todos os horários e direções mencionados neste artigo usam como base um observador em Brasília, e podem variar de acordo com sua localização no país.

05 de junho: A primeira sexta-feira do mês reserva um eclipse lunar penumbral. Neste fenômeno, a Lua adquire um aspecto menos brilhante do que de costume. Isso ocorre quando o astro está posicionado nos cones penumbrais da Terra sem atingir a zona da umbra, ou seja, a região em que não há iluminação direta do sol.

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Categorias de eclipses lunares. Imagem: Reuters, ITGD Design Team/Vikas Vashisht, Vikram Gautam

Infelizmente, o eclipse favorece a observação somente na África, no Oriente Médio, na Ásia Central e em parte da Austrália. A maior porção das américas não conseguirá acompanhar o fenômeno, com exceção da costa leste da América do Sul, onde ainda será possível observar as etapas finais do eclipse.

O fenômeno atinge sua maior incidência às 17h51 (horário de Brasília), com direções de observação 112º leste-sudeste e altitude de 0.2º. Como a Lua estará muito próxima do horizonte nesse momento, o recomendado é ir a um ponto alto ou encontrar uma área desobstruída com vista livre para o leste-sudeste.

Em São Paulo, o horário de pico corresponde às 17h32, enquanto em Recife, na região Nordeste do Brasil, o eclipse inicia por volta das 17h14, no horário local. Em todos os casos o fenômeno vai perdurar até às 18h04.

08 de junho: Em forma minguante, a Lua vai constituir conjunção com Júpiter e Saturno. O fenômeno descreve quando dois ou mais corpos celestes aparecem perto uns dos outros no céu. Isso não significa que a distância real entre eles diminui. A alteração de perspectiva é causada devido a mudança de posição entre os astros e nosso campo de observação na superfície terrestre.

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Exemplo de conjunção entre Venus, Lua e Júpiter, fotografada em 3 de Dezembro de 2009 no observatório Very Large Telescope (VLT) em Paranal, Chile. Imagem: ESO/Y. Beletsky (CC-BY-4.0)

A Lua se aproximará de Júpiter por volta das 21h03. Já às 21h25, o satélite formará par com Saturno, que deve apresentar seu característico brilho amarelado no céu. O resultado será uma conjunção triangular. O fenômeno vai atingir seu ponto máximo durante a madrugada, próximo das 03h, e o desfecho acontecerá às 06h20. O início do evento ocorre na direção do horizonte leste, já no ponto máximo ele poderá ser observado na direção sul.

12 de junho: Quatro dias depois da conjunção com Júpiter e Saturno, a Lua formará par com Marte. Em Brasília, será possível observar o evento a partir de 00h42, quando a conjunção será constituída na direção leste do horizonte. O ponto máximo do fenômeno acontece no início da manhã, às 06h16, acima do horizonte norte, um pouco antes de desaparecer às 06h22.

17 de junho: A China espera lançar um foguete Long March 2D para transportar um satélite Gaofen 9 até a órbita da Terra. O equipamento contará com um sistema de observação terrestre de alta resolução. O satélite será usado para projetos de planejamento urbano, desenvolvimento de redes de estradas, estimativas de safras e prevenção e mitigação de desastres naturais, entre outras aplicações.

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Foguete Long March 2D em missão espacial em 2021. Imagem: Wikicommons

19 de junho: Mais uma conjunção Lunar, desta vez com o planeta Vênus. A Lua estará no início de sua fase crescente, por isso deve aparecer com um aspecto “fino” no céu. A conjunção, porém, será de difícil observação, uma vez que o satélite vai se juntar a Vênus a 18º acima do horizonte. Os astros estarão visíveis juntos a partir das 04h56 e o evento astronômico vai perdurar até às 06h22.

Vale lembrar que tomamos como base a observação na cidade de Brasília-DF, os horários podem mudar de acordo com a cidade de observação. Em São Paulo, por exemplo, o fenômeno passa a ser observável às 05h03, enquanto em Recife (PE) ele ocorre a partir das 03h53. Em todos os casos, para conferir a conjunção entre a Lua e Vênus é preciso olhar para o horizonte nordeste.

30 de junho: E para finalizar o calendário de eventos astronômicos, a SpaceX deve lançar no fim do mês um foguete Falcon 9 com um satélite de navegação de terceira geração, das forças armadas norte-americanas. O equipamento vai integrar o sistema global de posicionamento (GPS). A missão partirá da estação da força aérea estadunidense de Cabo Canaveral, na Flórida.

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Satélites Starlink no céu da Nova Zelândia. Imagem: Chris Aotearoa

A SpaceX, que acabou de marcar a história como a primeira empresa comercial a promover uma viagem ao espaço tripulada, ainda planeja realizar neste mês duas missões de lançamento de satélites Starlink.

Como se orientar

Para facilitar a orientação e saber em que direção olhar, é importante identificar os principais pontos cardeais. Para isso, você pode usar um velho truque ou um app em seu celular.

O velho truque é baseado em uma frase que você deve ter aprendido na escola: “o Sol nasce a leste e se põe a oeste”. Fique em pé e estique os braços, com o direito apontando para o nascente, e o esquerdo para o poente. Então você terá o leste à direita, o norte à frente, o oeste à esquerda e sul atrás de você.

Apps de bússola para Android (à esquerda) e iOS. Imagem: Reprodução

Quanto ao app, existem inúmeras opções. Quem usa um iPhone não precisa de um app extra, basta usar o “Bússola“, que é parte do iOS. Para Android a recomendação é o “Apenas uma bússola“, da PixelProse SARL, que é simples, gratuito e, mais importante, sem anúncios.

Fonte: Space