A maioria das galáxias possui um buraco negro mássico em seu centro, e a Via Láctea não é diferente disso. O Sagitário A* é um objeto alvo de diversos estudos, e um novo modelo inovador pode dar novas informações sobre ele.

Em seu estudo, o pesquisador Sean Ressler e seus colegas buscaram determinar se o campo magnético do Sagitário A* pode se expandir até o ponto em que ele repele brevemente o fluxo, a chamada detenção magnética. Para tal, era necessária uma simulação que abrangesse desde o sistema do buraco negro em si até as estrelas em sua órbita.

Também foi necessário conectar diversos modelos com escalas diferentes. Enquanto o buraco negro possui de 10 a 15 milhões de quilômetros de raio, as estrelas em questão podem estar a até 30 trilhões de quilômetros de distância.

ReproduçãoSagitário A*, buraco negro massivo no centro da Via Láctea. Foto: Reprodução

A primeira simulação foi baseada em dados de cerca de 30 estrelas Wolf-Rayet circundantes de Sagitário A*. Usando dados observacionais, Ressler simulou as órbitas desses astros ao longo de mil anos. Os resultados foram usados como ponto de partida para uma simulação de distâncias de médio alcance, que evoluem em escalas de tempo mais curtas. Esse processo foi repetido para uma simulação no limite dos eventos, onde a atividade ocorre em questão de segundos.

Resultado

“Esses são realmente os primeiros modelos de acreção nas menores escalas de Sagitário A* que levam em conta a realidade do suprimento de matéria proveniente de estrelas em órbita”, destacaram os autores. Os resultaram indicaram que o buraco negro pode ficar preso magneticamente. Isso surpreendeu a equipe, já que a Via Láctea tem um centro galáctico relativamente calmo.

Geralmente, buracos negros presos magneticamente têm jatos de alta energia que expelem partículas para longe. Até agora, porém, há poucas evidências dessa ação em torno do Sagitário A*. “Outro ingrediente que ajuda a criar jatos é uma alta rotação”, afirmou Chris White, coautor do estudo.

Infelizmente, é difícil determinar a rotação do buraco negro. Para resolver esse problema, a equipe planeja criar um modelo de um buraco negro giratório, o que deve ser um novo desafio para os pesquisadores.

Via: The Current