Meteoroide ‘quica’ na atmosfera da Terra e é registrado em vídeo

A rocha, que ainda não foi identificada, entrou na órbita terrestre em um ângulo muito raso, que permitiu que ela fosse 'rebatida' a 91 km de altitude na atmosfera
Renato Mota29/09/2020 21h14

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Uma rocha espacial foi flagrada “deslizando” pela atmosfera da Terra em sua trajetória pelo cosmo. O meteoroide foi avistado no último dia 22 de setembro entre o norte da Alemanha e da Holanda, chegando a 91 km de altitude antes de “ricochetear” de volta para o espaço.

As imagens foram feitas pelas câmeras da Global Meteor Network, um projeto que visa fornecer ao público alertas em tempo real dos meteoros e asteroides que passam pela Terra. “A rede é basicamente um instrumento científico descentralizado, formado por astrônomos amadores e cientistas cidadãos de todo o planeta, cada um com seus próprios sistemas de câmeras”, explica Denis Vida, fundador da iniciativa.

O pesquisador rastreou a rocha até uma órbita próxima a Júpiter, mas ela ainda não foi identificada. Um meteoroide é “um fragmento de um cometa ou asteroide que se torna um meteoro – uma luz brilhante que atravessa o céu – quando entra na atmosfera. A maioria deles se desintegra, possivelmente com pedaços atingindo o solo como meteoritos”, explica a Agência Espacial Europeia.

Mas não foi o caso desse. Todos os dias, centenas de toneladas de pequenos objetos interplanetários entram na Terra, mas poucos chegam ao solo – e menos ainda “quicam” na atmosfera. Para isso, a rocha precisa entrar na atmosfera em um ângulo bastante raso. O efeito causado é o mesmo das pedras que “saltam” na água se atiradas no ângulo e na velocidade certas.

Um estudo recente atribui a meteoroides como esse a possibilidade de microrganismos viajarem entre planetas. Com base na taxa conhecida de impactos de meteoroides no nosso planeta, os pesquisadores Amir Siraj e Avi Loeb, da Universidade de Harvard (EUA) sugerem que micróbios terrestres que viviam na atmosfera podem ter pegado carona em um asteroide até um planeta vizinho, como Vênus (quue recentemente se tornou um candidato a abrigar vida).

“Pelo menos 600 mil asteroides passaram na atmosfera da Terra sem serem significativamente aquecidos e posteriormente impactaram Vênus, e um número semelhante passou na atmosfera de Vênus e posteriormente impactou a Terra – ambos dentro um período de aproximadamente 100 mil anos – durante o qual os micróbios poderiam sobreviver no espaço”, explicam os pesquisadores.

Via: ESA

Editor(a)

Renato Mota é editor(a) no Olhar Digital