A norte-americana Jessica Watkins pode ser a primeira pessoa a pisar em Marte. Recém-formada no programa de treinamento de astronautas da Nasa, a geóloga planetária também é uma das principais candidatas da agência para participar de missões do programa Artemis.

A campanha espacial pretende enviar astronautas à Lua até o final de 2024, com objetivo de construir instalações sustentáveis no satélite terrestre, e em longo prazo pavimentar o caminho para a exploração humana em Marte.

Watkins já possui familiaridade com o planeta vermelho. Ela obteve seu diploma de doutorado na Universidade da Califórnia, em Los Angeles, com um estudo sobre deslizamentos de terra no solo marciano.

Em entrevista ao portal de notícias da revista Nature, a estudante da Nasa diz que Marte desperta sua curiosidade especialmente pelas semelhanças com a Terra. Para Watkins, é intrigante como “podemos usar a Terra para fazer analogias e entender mais sobre Marte e a história do planeta vermelho”.

A geóloga ainda descreve na entrevista treinamentos de campo realizados durante o programa preparatório de astronautas da Nasa. De acordo com Watkins, os métodos submetidos aos alunos seguem os passos dos treinos adotados por participantes da missão Apollo.

“Fomos a muitos ambientes com atividades vulcânicas com o propósito de entender melhor que tipos de rochas podemos encontrar e como observá-las e documentá-las. Estamos aprendendo as habilidades necessárias para permitir que os cientistas aqui na Terra façam suas próprias investigações com os dados obtidos pela tripulação.”, disse Watkins.

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Enquanto estudante do programa de treinamento da Nasa, Jessica Watkins trabalhou no Centro de Pesquisas Ames da instituição. Imagem: Nasa

Questionada sobre como seria sua experiência em solo lunar como uma geóloga planetária, Watkins respondeu que as primeiras missões do programa Artemis devem ser voltadas aos testes das capacidades tecnológicas das operações. Em etapas posteriores, no entanto, as expedições devem procurar por possíveis depósitos de gelo no polo sul da Lua, em regiões do astro que são permanentemente escuras – isto é, não recebem a luz do Sol.

Acerca da exploração espacial durante a crise sanitária provocada pela pandemia do novo coronavírus, Watkins diz que o surto global remete à sentimentos de união e solidariedade entre as pessoas. Para ela, é possível construir uma analogia entre esse sentimento e a exploração espacial. “A exploração espacial humana é sobre humanos perseguindo coisas difíceis, fazendo juntos, apesar das diferenças que podemos ter criado”, afirmou.

Fonte: Nature