Fungo encontrado em Chernobyl pode proteger exploradores espaciais

Microorganismo é capaz de absorver raios cósmicos, que podem causar danos ao organismo dos astronautas e também a computadores e instrumentos a bordo
Rafael Rigues24/07/2020 19h02, atualizada em 24/07/2020 19h07

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Um dos desafios da exploração espacial é encontrar uma forma de proteger os astronautas dos raios cósmicos, partículas elementares como prótons e núcleos atômicos que viajam pelo espaço a velocidades próximas da velocidade da luz.

Ao interagir com o organismo humano os raios cósmicos podem causar danos no DNA, levando a mutações que podem dar origem a vários tipos de câncer. Também há risco para equipamentos eletrônicos, corrompendo informações na memória de computadores e instrumentos.

Uma pesquisa realizada por pesquisadores das Universidades Johns Hopkins e Stanford, ambas nos EUA, pode ter encontrado uma solução: um tipo de fungo que cresce perto da usina nuclear de Chernobyl, chamado Cryptococcus neoformans, e que tem a capacidade de absorver os raios cósmicos, impedindo que cheguem até os astronautas.

Reprodução

Integrado ao tecido dos trajes, fungo poderia ajudar a proteger os astronautas durante caminhadas espaciais: Foto: Nasa

Um experimento feito à bordo da Estação Espacial Internacional (ISS) mostrou que uma fina camada deste fungo, com apenas 2 mm de espessura, foi capaz de absorver 2% dos raios cósmicos que a atingem. Segundo os cientistas, uma camada de 21 cm de espessura seria o bastante para proteger completamente viajantes a caminho de Marte, por exemplo. Uma possibilidade levantada por eles é a mistura do fungo no tecido de trajes espaciais, tornando-os mais seguros para os astronautas durante caminhadas no espaço.

“O que torna este fungo tão interessante é que você só precisa de alguns gramas para começar”, disse Nils Averesch, pesquisador de Stanford e co-autor do estudo. “Ele se auto-replica e se repara sozinho, então mesmo que uma tempestade solar danifique significativamente o escudo, ele crescerá de volta em alguns dias”.

Fonte: Futurism

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital