Nasa quer criar base lunar estruturada com fungos

A ideia da agência espacial é cultivar o fungo para servir como estrutura de bases na Lua e em outros planetas
Luiz Nogueira17/01/2020 11h54, atualizada em 17/01/2020 12h37

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Cientistas da Nasa exploram uma estratégia peculiar para construir uma base lunar e outras estruturas em planetas como Marte: cultivar fungos que serviriam de estrutura.

A agência espacial considerou pela primeira vez a possibilidade de construir bases espaciais com fungos em 2018. Agora, os cientistas realizam testes para determinar como o fungo micélio pode crescer em solo marciano.

Se a pesquisa se concretizar, pode ser possível que futuros astronautas construam assentamentos em outros planetas sem precisar transportar materiais de construção pesados e caros. O plano representa uma mudança na ideia de colonização do espaço.

O projeto da Nasa planeja enviar fungos adormecidos para uma base lunar e, uma vez lá, fornecer água e as condições certas para desencadear seu crescimento. Isso também exigiria um suprimento de bactérias fotossintéticas para fornecer nutrientes ao fungo.

Assim que o fungo crescer na forma de uma estrutura, ele será tratado termicamente, matando-o e transformando-o em uma espécie de tijolo compacto.

“No momento, os projetos tradicionais de criar bases em Marte se inspiram em tartarugas – carregando nossas casas conosco nas costas – um plano confiável, mas com enormes custos de energia”, disse a pesquisadora Lynn Rothschild, do Centro de Pesquisa Ames da Nasa, em um comunicado. “Em vez disso, podemos aproveitar os micélios para cultivar essas bases quando chegarmos lá”, completa.

A ideia é usar os micélios como base da estrutura. A construção teria três camadas. A primeira delas, composta de gelo, protegeria os ocupantes humanos contra radiação nociva e forneceria recursos para os pequenos habitantes da segunda camada – micróbios fotossintetizadores chamados cianobactérias. Essas criaturas produziriam oxigênio para os astronautas e nutrientes para os micélios fúngicos.

No entanto, os micélios podem fazer mais do que apenas servir como paredes e teto. Os fungos também podem ajudar a filtrar a água para consumo dos astronautas e extrair minerais do esgoto gerado. E, como muitas tecnologias de exploração espacial, a microarquitetura também pode ter aplicações significativas aqui na Terra – talvez ajudando na diminuição da enorme pegada de carbono da indústria da construção, por exemplo.

Via: Space

Luiz Nogueira
Editor(a)

Luiz Nogueira é editor(a) no Olhar Digital