‘Exoplaneta’ prestes a explodir ganha formato oval, diz pesquisa

Forças gravitacionais, que o pressionam em forma de bola de futebol americano, e altas temperaturas levarão o WASP-121b ao colapso
Redação05/08/2019 18h42, atualizada em 05/08/2019 19h03

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Um exoplaneta (planeta que orbita uma estrela que não é o Sol, ou seja, pertence a um sistema planetário distinto do nosso) está tão próximo de sua estrela hospedeira que as forças gravitacionais dão a ele a forma de uma bola de futebol americano. Com 1,8 vez o tamanho de Júpiter, suas temperaturas são tão altas que gases de metais pesados estão escapando de sua atmosfera para o espaço — um fenômeno nunca visto até agora.

É isso que está acontecendo com o WASP-121b, a cerca de 880 anos-luz da Terra. Segundo nova pesquisa, publicada hoje no Astronomical Journal, gases de ferro e magnésio estão escapando de sua atmosfera. Além disso, o exoplaneta está muito próximo de sua estrela hospedeira, a uma distância em que as forças gravitacionais são tão intensas que o colocam na iminência de ser dilacerado — sem exageros. O WASP-121b está perto de se romper.

“A maneira mais fácil de entender o que acontece é comparando com as marés oceânicas na Terra”, disse David Sing, principal autor do estudo e astrônomo da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore. “No nosso caso, a gravidade da Lua puxa os oceanos; então o lado do oceano mais próximo da lua se projeta em direção à ela, o que é a maré alta. Da mesma forma, a gravidade é mais fraca no lado da Terra oposto à Lua, de modo que o oceano não é puxado tão fortemente, o que também cria uma distorção”, disse ele.

Fenômeno semelhante acontece no WASP-121b, mas em escala maior. Sing disse que a parte do planeta mais próxima da estrela está 10% maior do que normalmente seria.

Reprodução

Outro ponto a considerarmos é a radiação intensa da estrela hospedeira, que está aquecendo a atmosfera superior do WASP-121b a temperaturas superiores a 1.926 graus Celsius.

No novo estudo, Sing e seus colegas mostraram que esse calor excessivo na atmosfera é o que faz com que gases de metais pesados se afastem do exoplaneta. A nova pesquisa é a primeira a demonstrar esse fenômeno, no qual o ferro e o magnésio da baixa atmosfera fluem para a atmosfera superior. Lá eles permanecem em forma de gases devido às altas temperaturas. A partir daí, escapam para o espaço, aderindo-se a gases mais leves, como hidrogênio e hélio.

E qual o destino do WASP-121b? Ele está condenado a se despedaçar, porém o tempo restante até seu fim chama a atenção. “As estimativas atuais indicam cerca de 10 milhões de anos ou mais no futuro, o que em termos de astronomia não é muito longo”, disse Sing. “Na próxima década, os astrônomos esperam detectar ativamente a órbita do planeta lentamente decaindo; aí teremos uma ideia melhor de seu verdadeiro destino”.

Via: Gizmodo

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital