A bactéria Deinococcus radiodurans, conhecida por ser extremamente resistente, sobreviveu um ano fora da Estação Espacial Internacional (ISS). Pesquisadores da Universidade de Viena, na Áustria, concluíram que o evento pode dizer muito sobre a vida microbiana no espaço sideral, considerando que se acredita que muitas espécies destes seres tenham sido transportadas por todo o universo por asteroides e meteoros. O estudo foi publicado no jornal Microbiome.

O que impressiona os cientistas é que o organismo sobreviveu com sucesso à radiação ultravioleta cósmica e solar galáctica, vácuo extremo, flutuações de temperatura, dessecação, congelamento e microgravidade. Depois do período em que ficou exposta, a bactéria ainda desenvolveu numerosas vesículas de membrana externa. 

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Uma proteína multifacetada e respostas genômicas também foram iniciadas para aliviar o estresse celular, ajudando a Deinococcus radiodurans a reparar danos no DNA e se defender contra espécies reativas de oxigênio. 

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Bactérias ficaram um ano fora da ISS e sobreviveram com sucesso. Créditos: Natalya Rozhkova/Shutterstock

O microrganismo também usou uma molécula primordial de estresse, a poliamina putrescina, como uma espécie de limpador de outras espécies reativas de oxigênio durante a regeneração da exposição espacial. Com todas estas observações, ficou claro que a bactéria não apenas sobreviveu ao ambiente adverso do espaço, mas adaptou novos mecanismos para reparar danos, mostrando como a vida microbiana pode prosperar mesmo fora da Terra.

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“Essas investigações nos ajudam a entender os mecanismos e processos pelos quais a vida pode existir fora da Terra, ampliando nosso conhecimento de como sobreviver e se adaptar no ambiente hostil do espaço sideral”, disse Tetyana Milojevic, chefe do grupo de Bioquímica Espacial da Universidade de Viena e autora correspondente do estudo.

O evento ocorrido na órbita terrestre baixa (LEO, na sigla em inglês) fora da ISS, pode falar muito não apenas sobre a migração de extremófilos entre planetas, mas também oferece ainda mais detalhes sobre a capacidade da Deinococcus radiodurans. “Os resultados sugerem que a sobrevivência de D. radiodurans em LEO por um período mais longo é possível devido ao seu sistema de resposta molecular eficiente e indica que viagens ainda mais longas e mais distantes são alcançáveis para organismos com tais capacidades”, conclui Tetyana.

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Guinnes Book

A novidade sobre a Deinococcus radiodurans só reforça seu lugar no Guinness Book. No livro dos recordes, a bactéria tem o título de a mais resistente já conhecida. Ela até chegou a ser apelidada como “Senhora dos Anéis”, uma referência à série de livros “Senhor dos Anéis“, por sua grande capacidade de sobreviver à radiação.

Via: Futurism/Phys.org