Tripulação da ISS usa sachê de chá para detectar vazamento

Astronautas sabiam que vazamento de ar estava no módulo russo Zvezda, mas a localização precisa ainda não tinha sido determinada; incidente preocupava a Nasa e a Roscosmos há meses
Rafael Rigues20/10/2020 15h39, atualizada em 20/10/2020 15h41

20200917071653

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Astronautas russos a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS) finalmente identificaram a origem de um vazamento de ar que preocupava as agências espaciais dos EUA (Nasa) e da Rússia (Roscosmos) há meses. A tripulação já sabia que ele estava no módulo russo (Zvezda), mas a localização exata ainda era um mistério.

O método para detecção do vazamento, de acordo com a Roscosmos, foi pouco ortodoxo: os astronautas usaram um saquinho de chá. Eles o deixaram flutuando no meio da câmara de transferência que leva ao Zvezda, fecharam as escotilhas e monitoraram o espaço usando uma câmera de vídeo.

O movimento do saquinho, influenciado pela corrente de ar, levou os astronautas até a origem do problema: uma marca na parede próxima a um módulo de comunicação, o que evidenciava que havia ali uma rachadura pela qual o ar estava escapando.

Segundo a Roscosmos, os astronautas selaram o vazamento nesta segunda-feira (19) usando “meios temporários” (fita adesiva), enquanto trabalham em uma solução mais definitiva.

Embora estivesse acima do que ocorre normalmente na estação com a pressurização e despressurização de câmaras e escotilhas, o vazamento em nenhum momento colocou a vida dos seis astronautas (quatro russos, dois americanos) a bordo em perigo.

Lançada em 1998 e tripulada continuamente desde 2000, a Estação Espacial Internacional recebe constantes reparos, expansões e novos equipamentos. Entretanto, as condições de operação parecem estar longe do ideal ao menos em parte dela: em declaração recente à agência de notícias russa RIA Novosti o cosmonauta russo Gennady Padalka, recordista mundial de permanência no espaço com um total de 879 dias, afirmou que “todos os módulos do segmento Russo estão exaustos” e precisam ser substituídos.

Fonte: Science Alert

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital