Astronautas russos a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS) finalmente identificaram a origem de um vazamento de ar que preocupava as agências espaciais dos EUA (Nasa) e da Rússia (Roscosmos) há meses. A tripulação já sabia que ele estava no módulo russo (Zvezda), mas a localização exata ainda era um mistério.
O método para detecção do vazamento, de acordo com a Roscosmos, foi pouco ortodoxo: os astronautas usaram um saquinho de chá. Eles o deixaram flutuando no meio da câmara de transferência que leva ao Zvezda, fecharam as escotilhas e monitoraram o espaço usando uma câmera de vídeo.
O movimento do saquinho, influenciado pela corrente de ar, levou os astronautas até a origem do problema: uma marca na parede próxima a um módulo de comunicação, o que evidenciava que havia ali uma rachadura pela qual o ar estava escapando.
Segundo a Roscosmos, os astronautas selaram o vazamento nesta segunda-feira (19) usando “meios temporários” (fita adesiva), enquanto trabalham em uma solução mais definitiva.
ISS crew sealed the airleak using temporary means available at the station.
Currently, Chief Operating Control Group together with the @Space_Station crew is working out a program of operations to permanently seal the leak location. pic.twitter.com/WC0YyoqgKd
— РОСКОСМÐžС (@roscosmos) October 19, 2020
Embora estivesse acima do que ocorre normalmente na estação com a pressurização e despressurização de câmaras e escotilhas, o vazamento em nenhum momento colocou a vida dos seis astronautas (quatro russos, dois americanos) a bordo em perigo.
Lançada em 1998 e tripulada continuamente desde 2000, a Estação Espacial Internacional recebe constantes reparos, expansões e novos equipamentos. Entretanto, as condições de operação parecem estar longe do ideal ao menos em parte dela: em declaração recente à agência de notícias russa RIA Novosti o cosmonauta russo Gennady Padalka, recordista mundial de permanência no espaço com um total de 879 dias, afirmou que “todos os módulos do segmento Russo estão exaustos” e precisam ser substituídos.
Fonte: Science Alert