Ao longo das décadas, inúmeros estudos científicos revolucionaram a maneira que enxergamos o Universo. Nos próximos anos, a tendência não é diferente e, cada vez mais, as novas tecnologias se aproximam para responder questões centenárias como “de onde viemos” ou se “estamos sozinhos”? A seguir, conheça algumas das tecnologias e inovações físicas que estão em desenvolvimento e podem em breve nos dar mais pistas sobre o Universo.
A primeira questão fala sobre nossas origens. A física prevê que o Big Bang produziu quantidades iguais da matéria da qual você é feito e da antimatéria. Porém, o Universo hoje é feito quase inteiramente de matéria – então, para onde foi toda a antimatéria?
O Grande Colisor de Hádrons (LHC) oferece alguma luz sobre a questão: ele colide prótons a velocidades inimagináveis, criando partículas pesadas de matéria e antimatéria que se decompõem em partículas mais leves, muitas das quais nunca antes vistas. O LHC mostrou que a matéria e a antimatéria decaem em taxas ligeiramente diferentes e isso faz parte, mas não está nem perto de explicar o todo, do caminho para explicar por quê vemos uma assimetria na natureza.
LHC – Foto:Bellish/Shutterstock
Acontece que como os prótons são compostos de partículas menores, quando colidem, seu interior é pulverizado por todo lugar, o que torna muito mais difícil detectar novas partículas entre os detritos. Isso torna difícil medir com precisão suas propriedades para obter mais pistas sobre o motivo pelo qual tanta antimatéria desapareceu.
Porém, a chegada de três novos aceleradores vai mudar o jogo nas próximas décadas. O principal deles é o Future Circular Collider (FCC), um túnel de 100 km que circunda Genebra. Em vez de prótons, os coletores esmagarão elétrons e suas antipartículas, pósitrons em uma velocidade maior que o LHC pode alcançar.
Uma vez que elétrons e pósitrons são indivisíveis, saberemos exatamente o que estamos colidindo. Além disso, será possível variar a energia com qual os dois se chocam, produzir partículas específicas de antimatéria e medir suas propriedades com muito mais precisão.
Estamos sozinhos?
Essa é uma questão antiga e que há anos atravessa a humanidade. E, em 2021, o lançamento do Telescópio Espacial James Webb, o próximo Hubble, pode trazer novas informações sobre o assunto. Ele será equipado com um instrumento chamado coronógrafo para bloquear a luz de uma estrela que entra no telescópio, algo parecido de quando usamos nossas mãos para impedir que a claridade do Sol atrapalhe nossa visão.
Telescópio James Webb – Foto: Bobby Bradley
Atualmente, os telescópios medem a queda na luz de uma estrela quando um planeta em órbita passa a sua frente. Contudo, o instrumento do James Webb permite observar diretamente pequenos planetas, que normalmente seriam sobrecarregados pelo brilho intenso da estrela que orbitam, e determinar se eles sustentam vida.
Isso ocorre porque assim que a luz de uma estrela atinge a atmosfera de um planeta, certos comprimentos de onda são absorvidos, deixando lacunas no espectro refletido. Isso atua como, metaforicamente, um “código de barras” e as lacunas fornecem uma assinatura para os átomos e moléculas das quais a atmosfera do planeta é feito.
Caso a vida seja descoberta, dentro de 50 anos poderíamos ter futuras missões espaciais interestelares para determinar o que ou quem poderia morar lá. Por enquanto, o mais perto de casa que temos é Europa, uma lua de Júpiter, identificada como um lugar que pode abrigar vida em nosso sistema solar.
Com lançamento previsto para 2025, a nova missão Europa Clipper, confirmará a existência de um oceano subsuperficial e identificará um local de pouso adequado para uma missão subsequente e observará jatos de água líquida disparados da superfície gelada do planeta para analisar se existem moléculas orgânicas.
Via: The Next Web