Cientistas encontram um ‘Júpiter bebê’ a 603 anos-luz de distância

Novo método permite encontrar planetas distantes de suas estrelas, analisando o movimento do fluxo de poeira interestelar ao redor deles
Rafael Rigues12/08/2019 19h33

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Cientistas da universidade de Monash, na Austrália, usaram uma nova técnica para detectar um jovem planeta, duas vezes maior do que Júpiter, orbitando a estrela HD97048, a 603 anos-luz da Terra.

A estrela é envolta em um disco de gás e poeira, material “protoplanetário” que, com o tempo, pode se acumular e formar planetas. Em vez de detectar o trânsito, ou passagem, do planeta em frente à sua estrela, o que os cientistas fizeram foi analisar um “buraco” no meio do disco de poeira estelar.

Eles imaginaram que, assim como uma pedra perturba o fluxo de água em um rio, um planeta perturbaria o fluxo de gás em seu caminho. Para encontrar o planeta, a equipe liderada por Christopher Pinte usou o Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA), um conjunto de radiotelescópios no Chile, para estudar o movimento dos gases no disco ao redor de HD97048. Como previsto, lá encontraram um “Júpiter Bebê”, um jovem (em escala astronômica) planeta duas vezes maior do que o maior planeta de nosso sistema solar.

A nova técnica de detecção foi batizada de “detecção cinemática”, e tem vantagens em relação aos métodos tradicionais “ela nos permite buscar por planetas que seriam difíceis de encontrar com as principais técnicas em uso: planetas que ficam longe de suas estrelas”, disse Jonti Horner, professor de astrofísica da University of Southern Queensland, também na Austrália.

Pinte e sua equipe continuarão de olho em HD97048, na tentativa de capturar uma imagem do planeta. Por enquanto o método só consegue detectar planetas com tamanho igual ou superior ao de Júpiter, mas no futuro pode ser refinado para encontrar corpos celestes menores.

Fonte: CNet

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital