Com só oito funcionários, Launcher quer testar 1º foguete em 2021

Empresa quer ocupar um nicho do mercado entre a SpaceX e a Rocket Lab: foguetes de alto desempenho para levar cargas até a órbita baixa da Terra
Por Renato Mota, editado por Eduardo Nuvens 09/11/2020 20h53, atualizada em 20/11/2020 12h09

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O mercado de exploração espacial está se mostrando promissor, e muitas novas empresas estão sendo criadas. Mas talvez nenhuma seja menor, ou mais ambiciosa, do que a norte-americana Launcher, que quer testar os motores do seu primeiro foguete no ano que vem, mas conta com apenas oito funcionários para isso.

A companhia foi fundada em 2017 por Max Haot, também criador da plataforma de streaming Livestream. Mas desde o início, o executivo conta que sabia que não tinha como competir com a já estabelecida SpaceX, tampouco com a promissora Rocket Lab. Haot acreditava que existia um nicho entre essas duas empresas: um foguete eficiente e de alto desempenho que poderia elevar cerca de uma tonelada até a órbita baixa da Terra.

Manter a empresa pequena lhe ajudaria a cortar despesas e usar manufatura aditiva sempre que possível. A ideia, Haot contou à ArsTechica, é obter lucratividade em dez anos – e a primeira etapa consiste em desenvolver um motor quatro vezes mais potente que os impulsionadores de elétrons da Rocket Lab. Haot estabeleceu a meta de desenvolver e testar esse motor em quatro anos, com um orçamento máximo de US$ 10 milhões.

De acordo com o empresário, o “Engine-2” possui vários ajustes para atingir um valor de desempenho de combustão de 98%. No mês passado, a empresa comprovou o bom desempenho do seu motor em testes no Centro Espacial Stennis, da Nasa, no Mississippi. O uso de oxigênio líquido – em vez de apenas querosene em temperatura ambiente – para resfriar regenerativamente o cilindro do motor se mostrou eficiente.

Launcher/Divulgação

Teste do “Engine-2”, o motor que impulsionará os foguetes da Launcher. Imagem: Launcher/Divulgação

Por outro lado, o desempenho da câmara de combustão impressa em 3D, onde os combustíveis queimam, ficou abaixo do esperado. Três dos canais de resfriamento regenerativo estavam obstruídos e a câmara acabou superaquecida. Um teste de motor em escala real está agendado para o fim de 2021.

“Desde o primeiro dia, temos um plano de 10 anos”, conta Haot. “O cronograma não mudou. Estamos no caminho certo para o teste do motor. Não se deve realmente focar em um cronograma muito agressivo quando você tem de pegar atalhos no desenvolvimento”, completa.

A Launcher também conseguiu manter seu orçamento:  arrecadou US$ 6 milhões, que inclui financiamento privado e uma bolsa de pesquisa de inovação em pequenas empresas da Força Aérea. Para atrair mais investimentos, a empresa planeja vender só o motor do foguete como um componente isolado e criar foguetes menores. O “Launcher Light” estará pronto para voar em 2024, com capacidade de carga de 150kg até a órbita baixa da Terra.

Via: ArsTechnica

Editor(a)

Renato Mota é editor(a) no Olhar Digital

Eduardo Nuvens é editor(a) chefe no Olhar Digital