Astrônomos encontram exoplaneta por meio da aurora de estrela

Esta é a primeira vez que planeta do tamanho da Terra é encontrado usando esta técnica
Redação25/02/2020 14h51, atualizada em 25/02/2020 15h20

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Io, a lua de Júpiter, inspirou um novo método de encontrar exoplanetas. Enquanto o astro orbita o gigante gasoso, ela interage com o campo magnético do planeta, gerando auroras brilhantes na sua atmosfera. Mesmo que Io não fosse visível, as auroras pulsando no ritmo de um corpo em órbita diriam que há algo lá. Agora, pela primeira vez, os cientistas dizem ter descoberto um planeta mapeando as auroras da estrela hospedeira.

Em estudo publicado na última semana, os pesquisadores usaram um conjunto de 20 mil pequenas antenas espalhadas pela Europa para detectar os sinais da estrela. Eles então concluíram que as explosões só poderiam ser causadas por um planeta rochoso do tamanho da Terra. Um planeta assim estaria bem na extremidade da zona habitável da estrela, onde as temperaturas são adequadas para água líquida.

“Essa pode ser uma maneira de descobrir mais exoplanetas do que os métodos tradicionais”, disse Jonathan Nichols, astrofísico da Universidade de Leicester. “Poderia ser uma maneira de investigar os tipos de sistema que geralmente achamos bastante difíceis de observar”, continuou.

Reprodução

Os cientistas juntaram dois mapas, o da série de antenas e o mapa das estrelas da Via Láctea feito pelo telescópio espacial Gaia. Desta forma, encontraram o GJ 1151, uma estrela fraca com emissão de longa duração. A estrela faz parte de um conjunto de estrelas anãs que representam cerca de 70% de todas as estrelas da galáxia, porém, um pouco mais silenciosa que suas semelhantes. Sua atividade de emissões de sinal de rádio durou menos de oito horas.

Esse sinal, porém, tinha outra propriedade curiosa. Sua luz parecia ter sido criada por elétrons que se moviam em círculo. Esse comportamento só faria sentido se as explosões tivessem origem em partículas de um planeta que atravessa o campo magnético da estrela. Como resultado, a equipe concluiu que a fonte das emissões é um planeta oculto do tamanho da Terra.

Apesar de alguns ainda contestarem o uso da técnica, o astrônomo Harish Vedantham, principal autor do estudo afirma que “não ficaria surpreso se encontrar muitas centenas de milhares de planetas” utilizando a técnica quando os equipamentos usados operarem com total sensibilidade. “O céu está cheio de coisas novas e interessantes, se você é sensível a ele”, concluiu.

Via: Wired

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital