Investimentos de US$ 50 trilhões em tecnologia acabaria com o aquecimento global

Segundo analistas, o valor seria investido em cinco áreas de tecnologia com o objetivo de aumentar a produção de soluções sustentáveis para diminuir as emissões de poluentes
Luiz Nogueira24/10/2019 16h12, atualizada em 24/10/2019 17h03

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Analistas da empresa Morgan Stanley estimam que o mundo precisa de US$ 50 trilhões (aproximadamente R$ 200 trilhões), aplicados em cinco áreas de tecnologia até 2050, para reduzir as emissões e cumprir a meta do Acordo de Paris de interromper o aquecimento global.

De acordo com relatório divulgado, os analistas calcularam que, para reduzir as emissões líquidas de carbono para zero, o mundo teria que erradicar o equivalente a 53,5 bilhões de toneladas de dióxido de carbono por ano.

As emissões de carbono de combustíveis fósseis atingiram um recorde em 2018, mas as estimativas em relação ao custo para manter a temperatura global apenas dois graus acima da atual, variam.

A Agência Internacional de Energia Renovável diz que são necessários US$ 750 bilhões (aproximadamente R$ 3 trilhões) por ano em energias renováveis ao longo de uma década. Cientistas das Nações Unidas dizem que US$ 300 bilhões (aproximadamente R$ 1,2 trilhão) gastos na recuperação de terras degradadas poderiam compensar as emissões, hangando tempo para implantar tecnologias de zero carbono.

O site Bloomberg compilou as estimativas da Morgan Stanley para as cinco principais áreas de tecnologia que são necessárias para cumprir com o Acordo de Paris.

Renováveis

A geração de energia renovável exigirá US$ 14 trilhões (aproximadamente R$ 56 trilhões) até 2050, incluindo investimentos em armazenamento de energia. As energias renováveis precisariam ser responsáveis por fornecer cerca de 80% da energia consumida globalmente – atualmente, ela é responsável por 37% do fornecimento. A energia solar tem de se tornar a tecnologia renovável que mais cresce na próxima década, com uma taxa de crescimento anual composta de 13%.

Veículos elétricos

Com os carros de passeio atualmente sendo responsáveis por cerca de 7% dos gases do efeito estufa, serão necessários cerca de US$ 11 trilhões (aproximadamente R$ 44 trilhões) para construir fábricas, expandir a capacidade de energia e desenvolver baterias e infraestrutura necessárias para implementar os veículos elétricos. Com o aumento do investimento, as vendas anuais de veículos elétricos podem crescer de 1,3 milhão de unidades em 2018 para 23,2 milhões em 2030.

Captura e armazenamento de carbono

Seriam necessários quase US$ 2,5 trilhões (aproximadamente R$ 10 trilhões) de investimento em tecnologias que capturam e armazenam carbono. Enquanto atualmente o csuto é de cerca de US$ 700 milhões para capturar um milhão de toneladas de carbono por ano, o custo de construção de usinas deve cair 30% até 2050.

Hidrogênio

São necessários cerca de US$ 5,4 trilhões para que os eletrolisadores produzam o gás que pode ajudar a fornecer combustível limpo para a geração de energia, processos industriais, veículos e aquecimento.

Além disso, seriam necessários US$ 13 trilhões (aproximadamente R$ 52 trilhões) para aumentar a capacidade de uma fonte de energia renovável alimentar as usinas. Outro investimento de US$ 1 trilhão (R$ 4 trilhões) seria necessários para armazenamento, com investimento adicional em transporte e distribuição.

Biocombustíveis

Quase US$ 2,7 trilhões (aproximadamente R$ 10,8 trilhões) devem ser destinados a biocombustíveis como o etanol, que atualmente é misturado com derivados de petróleo. O etanol, biocombustível mais usado no momento, terá um crescimento de cerca de 3% ao ano, enquanto um tipo de combustível chamado óleo vegetal tratado com hidrogênio, alcançará um crescimento mais rápido, quadruplicando a produção até 2030.

Via: Bloomberg

Luiz Nogueira
Editor(a)

Luiz Nogueira é editor(a) no Olhar Digital